As empresas vêm para a Sial Paris para buscar ideias, mas, principalmente, para vender. Várias delas são do Brasil. Aliás, o Rio Grande do Sul trouxe a maior delegação do grupo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Várias ainda nem exportam, pauta da entrevista da coluna com a gerente de Internacionalização da entidade, Sarah Saldanha:
É visível o destaque da feira à sustentabilidade, orgânicos, alternativas à carne, produtos que cuidem do bem-estar animal. Como as empresas precisam interpretar esse recado?
É vista na Sial, mas é uma tendência mundial. É preciso alimentar mais e melhor o mundo, ter produtos que respeitem o meio ambiente, que de fato olhem a saúde integral do seu consumidor. E vai se fortalecer. Temos que aproveitar a biodiversidade brasileira, a nossa capacidade de produzir, trazendo o olhar de uma indústria sustentada que dialoga com a comunidade, com o meio ambiente, não esquecendo o atendimento e os requisitos legais.
Para empresas com esse olhar, está mais fácil entrar em mercados maduros como a Europa?
Sem dúvida. Empresas que são certificadas com selos internacionais, por exemplo, que olham a questão da segurança alimentar, comércio justo, respeito à diversidade, elas entram com uma chancela diferente no mercado.
Na Sial, tudo é grande. Isso assusta os empreendedores que vêm na feira?
Eu diria que deslumbra. É como se entrássemos na maior vitrine do mundo com o que tem de melhor em alimentos e bebidas. É natural que o empreendedor se sinta distante do alvo exportação, mas a participação provoca o olhar da inovação, da tendência e do questionamento. Quanto disso eu consigo incorporar no meu processo produtivo? Esse é o desafio na volta ao Brasil. Por isso, a importância para empresas de menor porte.
Com a guerra, tem crise de energia e de alimentos. Quais vantagens e desvantagens deste cenário para a pequena empresa brasileira?
A pequena empresa faz mudanças mais rápidas. A grande tem que fazer realinhamento, definição de produto, tem todo o ônus de reestruturação e de repensar o processo. Sabemos que a cabeça e a visão de mundo do empreendedor são fundamentais neste momento: "Preciso fazer um produto mais conectado com a natureza, preciso contar uma história desse meu produto". Alimentos contam histórias. Busquem apoio nas instituições, como CNI e Sebrae, que apoiam e financiam a internacionalização.
* A coluna viajou a Paris a convite da Fiergs. Leiam em Sial Paris tudo sobre a cobertura do evento.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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