A gasolina está mais cara em alguns postos de combustíveis pelo Rio Grande do Sul. Leitores relatam aumentos que vão de R$ 0,30 a R$ 0,70. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), que representa os postos de combustíveis, o mercado é livre para reajustes, mas pesa um aumento no etanol anidro, que é obrigatório na mistura da gasolina. Essa também foi a justificativa dada por empresários do setor com quem a coluna conversou nesta segunda-feira (17).
Atualmente, 27% da gasolina comum é composta pelo etanol. Uma das principais referências de acompanhamento de preços do combustível é o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da USP (Cepea/Esalq), que registrou um aumento de R$ 0,16 no tipo anidro em São Paulo durante as primeiras semanas de outubro. Impacta aqui o período de entressafra de cana-de-açúcar, que costuma começar em novembro, mas que já está se refletindo em algumas usinas. Além disso, o Rio Grande do Sul produz menos de 5% do que consome e importa boa parte da região Sudeste. Isso embute custos de logística, como o diesel.
- Fora o etanol, pode ter também recomposição de margens da distribuidora e ou da revenda - acredita o especialista em petróleo e gás Marcelo Gauto.
Outro fator que está influenciando é a elevação, nos últimos dias, do preço do barril do petróleo no mercado internacional. Isso porque, mesmo que a Petrobras não tenha anunciado qualquer reajuste no último mês nas refinarias, há alguns importadores diretos que abastecem o mercado. Recentemente, um comunicado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre a redução na produção de barris pressionou os preços para cima, mesmo que também tenha reduzido a previsão de consumo. Nesta manhã, a defasagem em relação ao cenário exterior era de 8% nos preços da gasolina nas refinarias.
A coluna foi alertada de escaladas de preços em cidades da Região Metropolitana, do norte do Estado e também em Porto Alegre. Apesar disso, o aumento ainda não foi sentido na pesquisa semanal de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP). De acordo com o levantamento, na última semana, a gasolina foi vendida, em média, a R$ 4,67, frente R$ 4,69 da semana imediatamente anterior.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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