A indústria gaúcha tem mostrado falta de fôlego para engatar crescimento. Ao longo de 2022, teve um crescimento robusto em janeiro, meses de variação zero da produção, alguns avanços não muito fortes, uma queda em julho e, pelo último dado do IBGE, uma alta de 0,1% em agosto, que é praticamente uma estabilidade. No acumulado de 12 meses, não muda muito, com aumento de apenas 0,2% na produção em relação aos meses anteriores. Falta de matéria-prima, inflação de insumos e para o consumidor, além de algumas incertezas quanto ao cenário têm sido motivos apontados com frequência.
No acumulado de janeiro a agosto, as indústrias do Rio Grande do Sul contabilizam aumento de 1,3% sobre o mesmo período do ano passado. Veículos automotores lideram a contribuição para o resultado nesta comparação, com alta de 19,5%, já que no primeiro semestre do ano passado, fábricas estavam paradas por falta de peças, com destaque para a General Motors (GM), em Gravataí. Por outro lado, a metalurgia (-11,3%) e a fabricação de móveis (-14,2%) são as principais influências negativas. No caso dos móveis, a venda caiu bastante no varejo também.
"A despeito da hesitação recente, indicadores da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontam para ampliação dos estoques, que atingiram níveis acima do planejado pelas empresas, tanto no mês de jul/22 como em ago/22. Este comportamento sinaliza resultados restringidos para a produção industrial nos próximos meses.", alerta o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Produção da indústria do RS (sempre sobre o mês imediatamente anterior):
Janeiro: +1,1%
Fevereiro: +0,2%
Março: 0%
Abril: 0%
Maio: +0,5%
Junho: +0,7%
Julho: -0.8%
Agosto: +0,1%
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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