A mudança de postura de Eduardo Leite (PSDB) prometendo não privatizar o Banrisul teve impacto imediato no mercado financeiro. As ações em bolsa do Banrisul estão caindo 7% na tarde desta terça-feira (11), enquanto o Ibovespa recua menos de 0,4%. Para parâmetros de mercado financeiro, é uma queda muito forte.
Atualização: O Ibovespa fechou com queda de 0,96%, enquanto as ações do Banrisul recuaram 8,36% no pregão.
Leite vinha afirmando que discutiria a possibilidade de venda do banco estatal se reeleito, sem cravar uma posição. Agora, disse que recebeu demandas de novos aliados para o segundo turno. Seu adversário, Onyx Lorenzoni (PL), se posiciona contra a privatização, sem condicionantes. Ou seja, ambos rechaçam a venda do Banrisul. Mesmo que o vencedor venha a mudar de ideia no futuro, como ocorreu com Leite em relação à Corsan, o investidor, agora, não conta muito com isso.
É sabido que o mercado financeiro gosta de privatizações. Ele entende que isso deixa as empresas mais eficientes e lucrativas, trazendo, portanto, maior retorno para quem tem a ação para receber dividendos e com potencial de ganho para quem compra para vendê-la. Tradicionalmente, posicionamentos mais claros sobre o assunto movimentam o preço dos papéis do banco na bolsa de valores de São Paulo, a B3.
No dia seguinte ao primeiro turno, o J.P. Morgan divulgou um relatório sobre o Banrisul, abrindo o documento em inglês com "Alguns investidores estão perguntando sobre as eleições para o governo do Rio Grande do Sul e a nossa leitura sobre Banrisul". Na ocasião, a instituição financeira disse não ver mudanças significativas no cenário, não trabalhando com a possibilidade de privatização. Entendia que ambos os candidatos que foram para o segundo turno eram pró-mercado e que, por isso, a tendência era de que mantivessem uma gestão profissional do banco. Porém, enfatizou que Leite dizia estar disposto a levar a discussão à sociedade, enquanto Onyx afastava uma privatização com o valor atual de mercado do banco. Também não avaliava que a mudança na composição da Assembleia Legislativa pudesse influenciar na desestatização do banco.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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