O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Cerca de 27,4 mil micro e pequenas empresas gaúchas já tomaram crédito na nova fase do Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe), que começou a funcionar no final de julho. De acordo com os dados enviados à coluna pelo Fundo Garantidor de Operações (FGO) do Banco do Brasil, o total de empréstimos no Estado, considerando todas as instituições financeiras participantes, soma R$ 2,221 bilhões.
Com os números, o Rio Grande do Sul é o quarto Estado que mais tomou empréstimo pelo Pronampe 2022. Fica atrás apenas de São Paulo (que teve 58.187 operações), Minas Gerais (com 34.649) e Paraná (com 28.592).
No Brasil todo, já foram R$ 25 bilhões desembolsados às micro e pequenas empresas. O total disponibilizado para essa fase do programa é de R$ 50 bilhões. Ou seja, em pouco menos de dois meses desde o início das operações, metade do valor já foi emprestado.
Essa linha de crédito foi criada em 2020, durante a pandemia, para ajudar empresários a enfrentar a crise econômica provocada pela covid-19. À época, chamou atenção pela baixa taxa de juros, de 1,25% mais a Selic, que era de 2,25%. Hoje, já fora do caráter emergencial, os índices subiram. O ciclo de agora tem uma taxa de 6%, somada à Selic, que está em 13,75%. Apesar do aumento, especialistas avaliam que ainda vale a pena aderir ao programa.
— É vantajoso, apesar de que as condições não são tão boas como as do passado. A taxa de juro e a Selic subiram fortemente, estão piores do que o Pronampe de 2020, mas as operações de crédito normais também estão piores que essa. Uma pequena empresa que vai buscar crédito normalmente, pode chegar a pagar mais de 40% ao ano de juros. As condições do Pronampe são boas comparadas a essas — comentou, em entrevista recente à coluna, o diretor-executivo da Associação Nacional de Executivos (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
As instituições que mais emprestaram aos brasileiros até agora usando o Pronampe 2022 foram o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, a presidente da Caixa Daniella Marques, falou que, do plano do banco, R$ 7 bilhões já tinham sido emprestados e outros R$ 13 bilhões estão disponíveis para crédito. À coluna, o Banco do Brasil falou que já desembolsou R$ 8,7 bilhões no Brasil e R$ 475 milhões em crédito no Rio Grande do Sul, para 4.395 empresas.
Podem pleitear o empréstimo microempreendedores individuais (MEIs), microempresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano, pequenas empresas com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões e empresas de médio porte com faturamento até R$ 300 milhões. O dinheiro pode ser usado para investimentos, como aquisição de equipamentos ou realização de reformas, e para despesas operacionais, como salário dos funcionários, pagamento de contas e compra de mercadorias. É proibido o uso dos recursos para distribuição de lucros e dividendos entre os sócios do negócio. Nesse novo ciclo do Pronampe, o valor poderá ser dividido em até 48 parcelas, com uma carência de 11 meses.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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