A inflação menor do que o esperado nos Estados Unidos em julho empolgou o mercado muito mais do que a deflação no Brasil. Bolsas subiram e dólar recuou assim que foram divulgados os dados nesta quarta-feira (10). A alta menor nos preços retira a pressão para o Federal Reserve (Fed) elevar o juro norte-americano com mais intensidade ainda, o que sempre puxa o dólar para cima, provocando inflação por aqui.
Pois o indicador norte-americano faz o Banco Central do Brasil ganhar espaço para encerrar o ciclo de alta da Selic, iniciado em março do ano passado. No comunicado da semana passada e na ata do Copom divulgada nesta semana, a autoridade monetária reforçou ainda ver necessidade de uma política contracionista, mas que avaliaria um novo aumento de taxa em menor magnitude na reunião de setembro. A inflação global é essencial nesta decisão. A redução de preços no mercado brasileiro em julho era esperada, já que houve redução de impostos, enquanto há uma preocupação ainda com o longo prazo, considerando um possível impacto fiscal.
Com pressões menores inflacionárias, petróleo caindo, dólar "comportado", o Banco Central tende a não aumentar juro. Ainda mais que os indicadores de atividade econômica estão trazendo sinais fracos. A venda do varejo brasileiro, por exemplo, caiu 1,4% em junho. A produção industrial recuou 0,4% no mês. Os dados de serviço serão divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (11).
E, para fechar, cresce ainda mais a expectativa para que a Petrobras reduza preços do diesel e da gasolina. O dólar recuou a R$ 5,08 hoje, enquanto o petróleo ainda está abaixo dos US$ 100 o barril.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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