Tradicional restaurante de comida húngara aberto em 1967, o A Canga, de São Sebastião do Caí, vai encerrar suas atividades em outubro. A empresa colocou um aviso em suas redes sociais agradecendo aos clientes e os convidando a irem até o local antes do fechamento. Em conversa com a coluna, o proprietário Rafael Cvitko disse que o estabelecimento vinha sentindo a redução de clientes desde 2016.
— Desde aquela crise tem sido difícil para nós. O restaurante fica aberto aos sábados, domingos e feriados. Até tentamos abrir durante a semana, mas o nosso público geralmente vem a passeio, aos finais de semana. E agora com inflação, custo fixo alto, capacidade de consumo mais restrita, está ainda mais difícil — desabafa Cvitko.
A ideia, em um primeiro momento, é continuar com a venda dos congelados em pontos da Serra, em Porto Alegre e na Região Metropolitana, além do Vale do Caí. O espaço, porém, será fechado – inclusive o museu da família que ficava junto do estabelecimento. Os 16 funcionários, que trabalham aos finais de semana, serão dispensados.
Cvitko observa que a nova praça de pedágio a ser construída na região, que aumentará a tarifa atual e fará com que haja cobrança nos dois sentidos (ida e volta), também afastaria a clientela.
— A maioria dos nossos clientes é de Porto Alegre e vem até aqui apenas para comer e conhecer o espaço. Colocar uma praça de pedágio de mais de R$ 9 e com pagamento nos dois sentidos prejudicaria bastante.
A Canga tem 55 anos de história e é bastante conhecida por servir sequências de comida húngara. Na lista de pratos tradicionais, está o Töltött Paprika, um pimentão recheado com carne moída e arroz ao molho de tomate, e o Aprólékleves, uma sopa de miúdos de frango com carne caseira.
— É uma pena. O restaurante já passou por quatro gerações da família. Mas vamos ficar até outubro, para que os fiéis clientes tenham oportunidade de saborear nossas delícias mais algumas vezes — finaliza Rafael.
Na postagem das redes sociais, consumidores lamentaram o anúncio de encerramento. Citam memórias de irem para o local com a família e falam que era uma referência gastronômica há várias gerações.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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