A nevasca chilena está fazendo com que falte salmão no mercado do Rio Grande do Sul. O alerta é do diretor da distribuidora gaúcha Frumar, Éderson Krummenauer. Ele explica que há mais de cem caminhões trancados na fronteira entre o Chile e a Argentina, por conta de uma tempestade de neve que cai na região há 10 dias.
— Já está faltando salmão no Brasil inteiro. Em São Paulo, que é o maior mercado, tem alguns restaurantes comunicando que não vão poder abrir no final de semana. E o Chile é, praticamente, o único país de onde importamos o peixe — comenta o empresário.
Com a Frumar, Éderson entrega salmão para os mercados do Sul, São Paulo, Goiás e Brasília. Oito caminhões da empresa estão presos na fronteira, com 150 toneladas da mercadoria. Ele diz que desde que o abastecimento caiu, o preço já subiu 30%.
— A gente está trazendo o que conseguimos por via aérea, mas encarece em até 25% o custo. Além disso, não tem muito espaço aéreo, são poucos voos. Não está dando conta da demanda. Hoje o salmão é o terceiro pescado mais consumido do Brasil, atrás apenas da tilápia e da sardinha.
De acordo com o empresário, há expectativas para que as fronteiras voltem a abrir amanhã. Mas outra nevasca está prevista para o domingo. Com a reabertura, a estimativa é que o mercado se normalize em uma semana. Mas há outro problema: também há caminhões trancados na entrada do Chile, que irão pegar novas mercadorias. Por isso, há previsão de um novo "gap" de abastecimento.
— Os caminhões que estão vindo voltando para o Brasil irão trazer as mercadorias, mas vai ter um buraco no mercado, porque há muitos veículos que ainda precisam entrar no Chile, carregar a mercadoria e voltar para o país — finaliza.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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