Porta de entrada e de saída de mercadorias da Europa, o Porto de Roterdã, na Holanda, está investindo em projetos para ter uma estrutura de importação de hidrogênio verde, combustível que pode ser derivado da energia eólica. Como há interesse de vir a comprá-lo do Rio Grande do Sul, caso essa cadeia econômica avance, a comitiva de empresários e integrantes do governo gaúcho que veio à Europa ouviu especialistas apresentarem o cenário. Entre eles, estava Pedja Zivojnovic, sócio da Port Consultants Rotterdam, consultoria criada por diversos profissionais que trabalhavam no porto. Confira:
Quantas consultorias a empresa presta em projetos de hidrogênio verde pelo mundo?
Eu diria centenas porque o hidrógeno verde é o "buzz" da transição energética nos últimos dois três anos. E como temos visto na apresentação, as tecnologias ainda não são maduras, então tem muita coisa para otimizar, para também ganhar escala, porque há muita tecnologia que está na sua "infância" e não tem escala necessária para ser economicamente viável.
Qual é o potencial do porto de Rio Grande dentro deste cenário?
Eu acho que a combinação de ter energia eólica e solar na mesma região pode ser interessante e ter um preço competitivo. Mas o papel do porto de Rio Grande vai depender também de como se organiza a logística com os portos do mundo. Tem que estudar. O que temos entendido das expectativas de Roterdã é que a produção necessária é tão imensa que todos os portos que podem exportar hidrogênio verde entrarão no jogo, mas são prognósticos. O mercado tem que se desenvolver.
Ser um porto em lagoa é um fator competitivo?
Sim. Pode ser uma vantagem.
O que um porto precisa para exportar hidrogênio verde?
Precisa ser razoavelmente perto da área de produção de eletricidade verde, ter infraestrutura e espaço para conversão da eletricidade verde em produtos que contenham o hidrogênio. Também precisa de estrutura para receber navios de grande escala.
Quanto um projeto em grande escala precisa de financiamento?
Temos experiência de projetos em que a primeira fase exige mais de US$ 500 milhões. São os tíquetes usuais para projetos de infraestrutura. Dependendo das estruturas existentes, leva de três a cinco anos para tirar um projeto do papel.
Tem potencial de o porto de Rio Grande receber investimento holandês do porto de Roterdã, por exemplo?
Sim, porque estamos vendo que o porto de Roterdã também fez um investimento no porto de Pecém (no Ceará). Rio Grande podia ser uma estação de investimento do porto de Roterdã, mas você vê casos por casos. Oportunidades e decisões são o que seguem.
Ouça a entrevista completa ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha:
* A coluna viajou à Alemanha e à Holanda a convite da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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