O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Mais um mês com a inadimplência em alta no Rio Grande do Sul. De acordo com levantamento da Serasa enviado à coluna, o mês de março fechou com 3.233.290 consumidores gaúchos inadimplentes. São quase 63 mil a mais do que no levantamento de fevereiro. Se olharmos o fechamento de 2021, eram 3,128 milhões. Isso significa que no primeiro trimestre, mais de 100 mil novos gaúchos apareceram com o "nome sujo", ou seja, negativados no cadastro de inadimplentes da empresa.
O valor médio de cada uma das 10,8 milhões de dívidas fica em R$ 1.269. Cada pessoa deve, em média, R$ 4.244,75. Portanto, o total de contas a pagar soma R$ 13,724 bilhões. Lembrando que endividamento não é o mesmo que inadimplência: No primeiro caso, refere-se a qualquer conta em dívida (inclusive parcelamento de compras). Já a inadimplência se dá quando a dívida não é paga.
A Serasa também enviou à coluna quais foram os principais segmentos das dívidas dos gaúchos em março. Em primeiro lugar, apareceu bancos e cartões, com 31,8%. Depois, utilites (as contas básicas), com 16,9%. Na terceira posição estão as contas com telecomunicações (como internet), com 9%.
Para finalizar, a empresa ainda faz o comparativo por sexo e faixa etária. Aqui no Rio Grande do Sul, está bem parelho: masculino (50,2%) e feminino (49,8%). Os gaúchos mais inadimplentes estão na faixa dos 41 aos 60 anos, seguido daqueles que estão entre os 26 e 40 anos.
A alta da inadimplência não é exclusividade do Rio Grande do Sul. No Brasil, mês de março trouxe recorde de inadimplência, com 65,69 milhões de pessoas. A soma de todas as dívidas bate R$ 265,8 bilhões. O valor médio da dívida de cada inadimplente também aumentou, alcançando R$ 4.046,31 — mas está abaixo da média gaúcha.
A coluna já vinha alertando ao longo de 2021 que a alta da inflação - especialmente, de itens como conta de luz e combustíveis - afetaria a capacidade de pagamento das pessoas. O consumidor passou a fazer compras fixas no crédito, incluindo comida. Além disso, o juro subiu muito, deixando as dívidas ainda mais caras.
Em 2020, ao contrário, a inadimplência recuou, apesar de ter sido o primeiro ano da pandemia, com restrições ainda maiores às atividades econômicas. Naquele ano, lembra o economista da Serasa, Luiz Rabi, as pessoas evitaram tomar dívidas, a inflação não foi alta e o juro ficou baixo, até mesmo como medida monetária de incentivo do Banco Central para amenizar a crise.
Saque emergencial do FGTS
Uma grande aposta da Serasa é que os brasileiros utilizem o saque emergencial do FGTS para quitar dívidas atrasadas. Uma pesquisa feita pela empresa em parceria com o Instituto Opinion Box mostra que 40% dos inadimplentes pretendem usar o dinheiro extra para quitar dívidas. A coluna também já trouxe dicas a esse respeito. Leia: Não perca a chance de usar o FGTS para pagar até 12 prestações atrasadas do imóvel
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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