Tradicional marca gaúcha de moda feminina, a Rabusch pedirá recuperação judicial. A solicitação à Justiça será feita ainda nesta terça-feira (5), disse à coluna o diretor presidente Alcides Debus. O endividamento é de R$ 23 milhões. São 55 credores, incluindo administradoras de shoppings, que detêm o maior passivo.
Assim como o segmento de moda em geral, a empresa enfrentou queda de vendas com a pandemia. Especialmente, devido ao teletrabalho. Além disso, está com dificuldades para negociar os aluguéis com os shoppings. Alguns estabelecimentos aplicam reajustes pelo IGP-M, que chegou a superar 35%. A ideia do pedido de recuperação judicial é conseguir mais fôlego para as negociações e manter a operação da empresa. Esse, aliás, é o objetivo do mecanismo da recuperação judicial, que substituiu a antiga concordada e busca evitar a quebra das empresas.
Enquanto isso, a Rabusch seguirá remodelando o negócio. Algumas lojas de shoppings serão mantidas mesmo com o aluguel alto, pois Debus considera que a presença da marca nos locais é importante para o todo do negócio. Várias outras operações estão sendo transferidas de lugar, com fechamento de algumas lojas para abertura em regiões onde a equipe identifica que há mais potencial de venda e, claro, custo menor.
- Percebemos que as clientes estão querendo comprar nos bairros. Estamos apostando nisso - diz o presidente.
A ideia é sair da recuperação judicial em menos de dois anos. Se a Justiça aceitar o pedido, a Rabush terá 60 dias para apresentar o plano de reestruturação. Segundo Debus, o pagamento dos fornecedores e dos funcionários está em dia. A ideia é não diminuir o número de lojas e não fazer demissões. Atualmente, a empresa tem 30 pontos de venda. A Rabuch está sendo assessorada pelo escritório Crippa Rey Advogados.
- Não queremos entrar na lista de marcas da Capital que foram obrigadas a fechar suas portas após as dificuldades trazidas pela pandemia. Pedir a recuperação judicial é a melhor forma de manter nossos pontos de venda e, por consequência, todos os empregos.
Há 35 anos, a Rabush foi criada por um casal de jovens vindos do Interior: Alcides e Loiva Debus. A primeira loja, localizada na Rua Coronel Genuíno, em Porto Alegre, contava com uma pequena produção fabril, iniciando a trajetória da marca de vender apenas roupas com selo próprio. Atualmente, conta com uma sede no centro da Capital, onde desenvolve, faz a gestão da produção e distribui os produtos para todo o Brasil através de diversos canais de venda.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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