Um dos bares mais conhecidos de Porto Alegre está de volta. Depois de 12 anos sem funcionar, reabriu na Capital uma operação do Lilliput. Não é na Benjamin Constant nem na Calçada da Fama, onde a marca se consolidou nos anos 1990, mas continua sendo em um ponto bem boêmio da cidade: o Bom Fim. Um dos sócios do projeto é o contador Diogo Chamun, que chegou a fazer a contabilidade de todos os antigos bares do Lilliput.
— Eu tinha uma amizade muito grande com a família Damiani, que era a principal sócia da marca. Eles que abriram o primeiro na Benjamin Constant, e depois foram abrindo os outros em sociedade. Quando surgiu essa ideia, falamos com Rafael, filho do Damiani. Ele deu todo o apoio para abrirmos o bar — conta Chamun.
A operação, que fica na Rua Vasco da Gama, já está funcionando desde dezembro. O carro-chefe, claro, é o chope "com o colarinho perfeito", uma das marcas-registradas do Lilliput. O cardápio conta ainda com outros produtos que fizeram sucesso nos anos 1990, como os sanduíches abertos e os sanduíches city. Além disso, trouxeram outras novidades para a versão atual, como carta de vinhos e espumantes, além de drinques.
O investimento para abrir o espaço ficou na faixa de R$ 500 mil. São dois pisos. No primeiro andar, o bar recria, de certa forma, o ambiente dos antigos pontos da Lilliput, apostando na simplicidade e no estilo rústico. No segundo, há um palco para músicas ao vivo. Atualmente, está funcionando de terça-feira a domingo.
De acordo com Chamun, o público atual agora é uma mistura de amigos e de uma rede de contatos que os sócios tinham, de clientes que vão para o bar por conta da marca Lilliput, e de novos consumidores:
— É um misto. Começou com a gente usando muito relacionamento dos sócios. Eu peguei minha rede de contato e comecei a divulgar. Até porque tenho muitos amigos que iam na casa. Quando começou, 100% era gente do nosso relacionamento. Aí depois,o pessoal começou a ir atrás da marca Lilliput. E agora tem gente indo pela qualidade, pelo atendimento.
O resultado desses primeiros meses, pelo jeito, tem sido positivo. Já há conversas, inclusive, para abrir novos bares. Segundo Chamun, estão estudando pelo menos três operações na Capital e uma no Litoral Norte. Além disso, nos próximos dias, vão instalar, no lado de fora do bar da Vasco da Gama, uma área externa para quem quiser curtir um happy hour na rua.
História do Lilliput
A história do Lilliput surge nos anos 1960, quando o bar funcionava com uma operação na Rua Otávio Rocha, próximo ao hotel Jung. Depois, o avô de Chamun chegou a comprar o ponto e explorar o local, nos anos 1980.
— Meu avô era uma pessoa do interior e teve mais de 20 bares e restaurantes em Porto Alegre. Assim como ele abria, ele fechava. E mais tarde, eu fui descobrir que o Damiani colocou nome de Lilliput no bar por memória afetiva ao bar de meu avô.
Nos anos 1990, a marca explodiu e foi um grande sucesso, tendo seis bares ao mesmo tempo na cidade. Uma das mais conhecidas era na Calçada da Fama, como ficou conhecida a Rua Fernando Gomes. Por lá, controlava o Lilliput, além de Damiani, o sócio Cuca Lima, que também deu o "aval" para os atuais empresários construírem um novo bar com a clássica marca, que está na memória de muitos porto-alegrenses. Aliás, em uma das paredes do novo negócio, há uma frase do colega e colunista de GZH David Coimbra, que diz: "Houve um tempo em que Porto Alegre foi a cidade do Lilliput. Não era o bar que era da cidade, a cidade é que era do bar ".
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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