A crise dos chips marcou 2021. A escassez de semicondutores parou fábricas e encareceu os mais diversos produtos, de celulares a carros (lembra da alta do seu IPVA?). A previsão era normalizar em 2022, mas o cenário mudou. Com a guerra, a Rússia tem ameaçado suspender exportação de metais usados para produzir os chips. Além disso, as medidas de covid zero da China estão parando indústrias nesta semana, além de restrições em portos por onde são escoados estes produtos. O programa Acerto de Contas (domingos, 6h, da Rádio Gaúcha) conversou com Oscar Rudy Kronmeyer Filho, gerente regional do Sul da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee):
Além dos novos impactos, o setor ainda enfrentava reflexos da pandemia?
Achávamos que a covid estava passando, e agora vem isso. A pandemia nos matou, nos atrasou. Tem empresa com seis meses de atraso de chip. Isso dá uma ideia de como a gente é dependente dos componentes. Já esteve pior, estava melhorando.
Não produzimos nada aqui?
Temos a HT Micron, tivemos o Ceitec, mas com problemas de eficiência. Somos uma indústria montadora. A concepção, a confecção do chip não são nossas, que é onde fica o verdadeiro domínio tecnológico.
Há outros fornecedores no mundo?
Os componentes vêm da Ásia. A nossa independência é relativa. O mundo inteiro é dependente dos asiáticos porque eles se especializaram nisso. Os problemas de agora na China podem provocar um cataclisma se continuarem.
Qual a importância do chip para a indústria em geral?
Se não tem chip, para tudo. É como o petróleo do século passado. Todas as nossas empresas dependem de chip. A inteligência está nele.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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