O projeto de um novo porto em Rio Grande, que a coluna trouxe em primeira mão há algumas semanas, foi tema de uma audiência pública proposta pelo deputado estadual Marcus Vinícius (PP) e promovida pela Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado nesta segunda-feira (14). O objetivo era apresentar detalhes do empreendimento à comunidade. Também foi divulgado o nome do grupo privado que está realizando o projeto: a Pogon, formada pelos proprietários do terreno e por investidores.
— Como a gente tem essa área à disposição e com os três modais de referência dentro dessa área (transporte rodoviário, ferroviário e hidroviário), viemos com um projeto ambicioso de armazenagem e logística — introduziu Luiz Diogines Viegas, presidente da Pogon.
A ideia do empreendimento, como a coluna antecipou, é criar um terminal portuário no canal São Gonçalo, no limite entre Rio Grande e Pelotas. A região é estratégica pois o canal faz ligação com a hidrovia da Lagoa Mirim, que, por sua vez, se conecta diretamente com o Uruguai.
A estrutura seria construída em uma área de 137,5 hectares, com capacidade, também, para criar centros de armazenagem e logística. Durante a audiência pública, inclusive, foi bastante destacado o papel do novo projeto para fazer armazenamento de produtos agrícolas e também o fato de que trata-se de um investimento totalmente privado.
— A região tem uma produção muito grande de arroz, de soja. Essa hidrovia é fundamental para o desenvolvimento da nossa região. Nós precisamos avançar no modal hidroviário, ainda mais agora com a questão do preço dos combustíveis. Esse projeto vai além da questão do porto. Ele vem construir um grande centro de armazenagem de grãos para atender a demanda, uma defasagem que já existe — apresentou Fabrício Tavares, consultor da Pogon e responsável por apresentar o projeto.
Além da Pogon, outra empresa envolvida no projeto é a DTA Engenharia Portuária & Ambiental, uma das principais do setor de dragagem no Brasil. No evento desta segunda-feira, João Acácio Neto, representante da DTA, destacou a ligação com o Uruguai:
— A gente acredita nesse projeto, entende que ele está totalmente conectado com a hidrovia Brasil e Uruguai. Eu estive em fevereiro no Uruguai, em audiência com o presidente da república, e é prioridade do governo uruguaio fazer uma hidrovia na lagoa.
Como se trata de um projeto privado, os investidores também estão contando com a aquisição de recursos para tocar o empreendimento, que já está com as licenças ambientais em andamento no Ibama. Quem está responsável por isso é a empresa de captação de investimentos Global Markets Capitol. Durante o evento, a consultora de investimentos Roberta Dalla destacou que já há interessados em investir no negócio.
— Hoje temos um pipeline bem avançado para esse projeto. Um fundo chinês. Temos duas conversas avançadas com investidores no Brasil. E semana passada tive reunião que avançou bastante com um americano. Em termos de apetite de investidores, projeto está bastante avançado. Acredito que os investimentos estarão ainda no próximo semestre dentro do Brasil — ela disse.
A audiência contou ainda com a presença de políticos da região Sul, do deputado federal Jerônimo Goergen, que está ajudando a viabilizar o projeto em Brasília, de representantes do governo e do superintendente do porto de Rio Grande, Fernando Estima. Durante o evento, os empresários destacaram que o objetivo do novo terminal não é concorrer com o atual porto, mas sim complementar as operações. Estima se colocou à disposição para ajudar com informações, mas ressaltou a preocupação dos empresários de conseguirem a viabilidade econômica e ambiental para tocarem o projeto.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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