O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Um grupo de investidores liderado por uma empresa de São Paulo está trabalhando para construir um segundo porto em Rio Grande. A operação ficaria no canal São Gonçalo, no limite entre o município e Pelotas. A informação foi confirmada pelo deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que está fazendo a intermediação entre os empresários e órgãos de licenciamento.
— Fui procurado pelos empresários da Zona Sul para fazer contato com pessoal de um fundo de São Paulo. Passou algumas semanas, fiz o contato e o fundo falou que tem total interesse em construir o novo porto. Levamos os empresários para falarem com membros do governo e houve toda essa mobilização — explica o deputado, que vem trabalhando no projeto há cerca de seis meses.
De acordo com Goergen, o novo porto é um projeto totalmente privado e atenderia uma demanda importante, se somando aos atuais terminais de Pelotas e Rio Grande. Um dos destaques é que o Canal São Gonçalo faz ligação com a hidrovia da Lagoa Mirim, que, por sua vez, se conecta diretamente com o Uruguai.
— Além de potencializar a expansão logística portuária na área da Zona Sul, você traz o Uruguai para dentro do Brasil. É um ganho enorme para o país e para o Estado — comenta Goergen.
Para o porto sair do papel, alerta o deputado, é preciso que ocorra a dragagem do canal, uma demanda que já vem sendo pleiteada por empresários e políticos locais há algum tempo. Com a dragagem, navios maiores e carregando grandes volumes poderiam passar pela área, viabilizando a nova operação. Aliás, em novembro, o governo federal publicou um decreto autorizando a concessão de hidrovia fluvial e canal São Gonçalo.
Para a dragagem do canal, Goergen informa que a empresa DTA – Engenharia Portuária & Ambiental, uma das principais do setor de dragagem no Brasil, está fazendo o estudo da situação. A estimativa é que o investimento na dragagem gire em torno dos R$ 500 milhões.
— O governo encaminhou o processo para a DTA realizar um estudo. Depois, será analisado se o processo de dragagem será concedido a um investimento privado ou se será feito pelo próprio governo. A questão no canal não é um problema de largura, mas sim de profundidade. Por isso da dragagem.
Enquanto a questão da dragagem é analisada, o deputado trabalhou junto dos investidores para enviar ao Ibama os documentos para licenciamento do porto. De acordo com Goergen, a documentação foi encaminhada nesta terça-feira (8).
— Estávamos em dúvida se o licenciamento seria pela Fepam ou pelo Ibama. Mas conversei com o presidente do Ibama, que me explicou que, como são mais de 15 milhões de toneladas envolvidas na logística, o licenciamento será via Ibama. Reunimos a documentação e enviamos hoje (terça-feira) — finaliza.
Em um vídeo institucional organizado pelos investidores, há destaque para localização do novo porto. Ele fica em uma área de 137,5 hectares, com acesso direto à BR-392 e ligação com o porto de Rio Grande.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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