O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Em 2021, 549 empresas gaúchas migraram para o mercado livre de energia. Trata-se de uma alta de 10% em relação a 2020, quando 499 entraram no sistema. O levantamento é da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Nesse modelo, o preço, a quantidade, o prazo de fornecimento e até a fonte da energia são negociados e definidos em contrato entre consumidores e geradores ou fornecedores de energia.
O valor, aliás, colocou o Rio Grande do Sul no segundo lugar nos Estados com maior migração para o mercado livre de energia em 2021, atrás apenas de São Paulo. Fecham os cinco Estados com maior migração no ano passado Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Ao todo, o estado possuiu 2.379 unidades consumidoras no Ambiente de Contratação Livre (ACL). Quem usa o sistema são indústrias e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo, uma vez que há regras específicas sobre quem pode acessar a modalidade. Hoje, é necessário ter carga mínima de 500 kW, volume equivalente a uma conta mensal de R$ 140 mil, para acessar o ambiente de contratação livre.
— O Rio Grande do Sul é uma região com um volume de indústrias representativo e setores produtivos muito bem estruturados, o que a torna muito promissora para o crescimento do mercado livre de energia. É um ambiente que está se desenvolvendo de forma gradual, como nós defendemos na CCEE, e proporcionando muitas vantagens aos consumidores, como ter um fornecimento potencialmente mais barato e mais adequado às necessidades individuais de cada um — fala Talita Porto, vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE.
No Brasil todo, o mercado livre de energia encerrou 2021 com 5.563 novas unidades consumidoras, número recorde para o segmento. De acordo com a CCEE, o Ambiente de Contratação Livre começou a ganhar mais espaço no Brasil a partir de 2015 e hoje conta com 26,6 mil ativos de consumo. Atualmente, o segmento representa 34,5% de toda a energia elétrica consumida no Sistema Interligado Nacional.
— Na avaliação do histórico de evolução do ambiente, nós constatamos três fatores fundamentais para o avanço. O principal deles é a viabilidade financeira, já que buscando energia diretamente do fornecedor é possível negociar valores e flexibilidade contratual. Outra vantagem econômica é a previsibilidade orçamentária, uma vez que os consumidores podem adquirir eletricidade sob demanda — explica Talita Porto.
Outro fator que explica a expansão é a questão ambiental, já que é cada vez maior a preocupação das empresas com a sustentabilidade. No ACL, consumidores podem escolher de quais fontes querem contratar a sua energia.
O que é o mercado livre de energia?
É um ambiente de negócios onde vendedores e compradores podem negociar energia elétrica de maneira livre, permitindo que os consumidores contratem o seu fornecimento de energia elétrica diretamente das empresas geradoras e de comercializadoras. É diferente do mercado tradicional cativo, cujo consumo é obrigatório da distribuidora da área de concessão onde se encontra o consumidor.
Pelas regras atuais, é necessário ter carga mínima de 500 kW, volume equivalente a uma conta mensal de R$ 140 mil. Aqueles com demanda até 1.000 kW se enquadram na categoria Especial, que pode acessar energia renovável, e acima desse montante, na categoria Livre, que pode negociar com qualquer fonte.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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