Ainda em 2020, a coluna avisou que a conta de luz subiria muito em 2021 devido à crise hídrica. Foi a segundo principal pressão sobre a inflação, atrás apenas da gasolina. Aqui em Porto Alegre, a despesa ficou mais de 30% mais cara, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Somou reajuste alto na tarifa de energia com as bandeiras tarifárias

Agora, está monitorando de perto o efeito da chuva sobre as hidrelétricas. Apesar de ter provocado tragédias em alguns locais do país, ela elevou níveis dos reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste, que devem fechar janeiro com 40% de capacidade, acima da média histórica, apareceu no último relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS): 

"O volume de água armazenado nos reservatórios localizados no Sudeste/Centro-Oeste devem alcançar o nível de 40% de sua capacidade no fim do mês de janeiro.  No Norte, a projeção indica 73,2% e no Nordeste, 70,2%. Para o subsistema Sul, o volume a previsão é de 34,8%."

Essa chuva é rara para esta época do ano. Não ocorria aumento nos reservatórios em janeiro há cinco anos. É efeito do La Niña. As precipitações acima do previsto começaram ainda em setembro. Há cerca de um mês, o ONS desligou várias termelétricas para reduzir impacto na conta de luz.

A expectativa é de que a bandeira tarifária volte para vermelha, no máximo, em maio. Ainda é alta, mas menos cara do que a que está em vigor agora, a da escassez hídrica, criada exatamente para este momento de geração de energia mais cara.   

Podia vir um pouco para o Sul, amenizando a estiagem que tanto castiga o agronegócio gaúcho. 

Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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