Mayara Yano, assessora do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, conversou com o Gaúcha Atualidade sobre as novas modalidades do Pix: o Pix Saque e Pix Troco. Também falou de novidades do serviço de pagamento instantâneo e sobre a segurança com a operação. Confira:
Recentemente, entraram em funcionamento duas novas funcionalidades, o Pix Saque e o Pix Troco, que envolvem muito lojistas e instituições financeiras que optam por oferecer aos clientes. A pessoa pode ir até o local, fazer um Pix e receber o dinheiro em espécie, ou comprar algo, fazer um Pix no valor maior e receber a diferença em dinheiro. Como está a adesão dos estabelecimentos a oferecer o serviço?
Agora no final de novembro, no dia 29, foi a data em que a infraestrutura tecnológica para que esse serviço aconteça ficou pronta. Aqui na parte do Banco Central, foram feitas adaptações e ainda as especificações nos QR Codes e também um processo de homologação junto a todas as instituições que estão no ecossistema do Pix, que hoje já são mais de 730 instituições. Então, agora a gente está com essa infraestrutura tecnológica preparada para que os estabelecimentos comerciais possam ofertar esses serviços. A partir de agora, e muito provavelmente mais forte no próximo ano, as instituições brasileiras de pagamento que oferecem Pix podem ter esse serviço de saque tanto diretamente quanto por meio da rede varejista. Então, aqueles estabelecimentos comerciais que desejarem prestar esse serviço, que fizer sentido no seu negócio oferecer esses dois serviços, podem procurar agora as instituições financeiras e instituições de pagamento que vão atuar como facilitadores do serviço de saque que é uma atuação impactante no âmbito do Pix. A gente espera que seja um um movimento gradual. Agora que a infraestrutura ficou pronta, vai começar a acontecer. Está bem dentro do esperado esse movimento agora de posicionamento das próprias instituições financeiras para definir a sua situação frente a essas novas modalidades.
Tem comerciante que manifestou preocupação de que isso faria com que eles tivessem mais dinheiro loja, e isso os deixa inseguros com possibilidade de assaltos.
Essa é uma excelente questão porque esses dois novos produtos foram feitos justamente para o movimento contrário. A ideia não é que o estabelecimento comercial tenha que se preocupar em ter dinheiro em caixa para poder oferecer esse serviço. Pelo contrário. Vamos supor um negócio que tem um movimento um pouco mais devagar de manhã, mas no período da tarde já recebeu muitas vendas e está ali com aquele dinheiro em caixa disponível e precisava se deslocar para fazer um depósito ou colocar em um cofre para se proteger. Então, a ideia é justamente o contrário, é pegar a disponibilidade de caixa que o estabelecimento já tem e, a partir da oferta do serviço de retirada de dinheiro e da demanda, em tese, esses valores disponíveis no caixa vão estar mais equilibrados.
Fazer rodar o dinheiro, então?
Exato.
O que temos de novidades previstas para o Pix? Está prevista a venda a prazo, não?
O compras a prazo está no âmbito da nossa agenda, mas ainda não temos data pra lançamento. O nosso foco no próximo ano, além dos produtos que já estão funcionando, será bastante o débito automático do Pix, que vai facilitar muito aqueles casos de pagamentos comuns, como luz ou mensalidade de escola. São pagamentos recorrentes que vão ser bastante melhorados a partir da experiência do débito automático do Pix.
Várias medidas foram lançadas recentemente para dar mais segurança, evitar fraudes e casos de sequestro relâmpago envolvendo o Pix. Há mais iniciativas planejadas pelo Banco Central?
Entendemos a segurança como uma disciplina constante. Sempre estamos monitorando para verificar se tem algum aperfeiçoamento específico. Como essas medidas entraram em vigor muito recentemente, no meio de novembro, estamos agora acompanhando para verificar a efetividade delas e se é necessária alguma adicional, ou se já está endereçado.
Ouça a entrevista completa para a Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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