A comunidade quilombola de Rincão do Martiminiano, em Restinga Seca, na região central do Estado, conta com uma nova atividade econômica: a plantação de oliveiras. A ideia surgiu após dois integrantes da comunidade, Cleide Rezende de Souza e Adão Juarez Pumes, participarem em maio de um seminário sobre a plantação do fruto no Recanto Maestro.
Dias após o evento, a equipe da Fundação Antonio Meneghetti, que tem sede no local, entrou em contato com os representantes da comunidade e apresentou o projeto "Semeando o Futuro", que incentiva produtores da região a cultivarem oliveiras.
- Vimos a oportunidade de começar um trabalho para a comunidade. A terra foi um legado que nosso bisavô nos deixou. Como a oliveira é uma planta que dura mais de 300 anos, eu penso assim: se eu recebi uma terra do meu bisavô, um legado, o que eu vou deixar para os meus bisnetos? Eu acho que as oliveiras são essa oportunidade, de construir esse futuro para eles - diz Cleide.
Ao todo, foram plantadas 275 mudas de oliveiras, todas doadas pela instituição, totalizando um hectare de plantio. O tempo de cultivo para os primeiros frutos é de cerca de quatro anos. Depois, as azeitonas serão vendidas para a fábrica de Azeite Recanto Maestro.
Segundo o responsável técnico pelo projeto “Semeando o Futuro”, engenheiro agrônomo Alex Giuliani, além das plantações dentro do distrito, o projeto tem o propósito de gerar uma nova fonte de renda para as pequenas propriedades, levando o cultivo e a assistência técnica:
- Para eles, é oportunidade de agregar valor na propriedade. Oferecemos a análise de solo, 300 mudas, assistência técnica e auxílio no plantio.
Desde o início do projeto, já foram plantados 13 hectares por sete produtores, totalizando 2,6 mil mudas plantadas. Interessados podem procurar a entidade. Podem participar produtores das regiões Central e Centro Serra.
A comunidade quilombola de Rincão do Martiminiano foi reconhecida em 2004 pela Fundação Palmares e tem titulação de terra desde 2013. Ela abriga a comunidade composta por descendentes de Martiminiano Rezende de Souza. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui 146 comunidades quilombolas identificadas. Deste total, 90% já possuem certificado emitido pela Fundação Palmares e se encontram em fase de regularização.
Aposta em oliveiras
Há uma forte movimentação no centro do Estado para investir, cada vez mais, na plantação de oliveiras e na fabricação de azeite de oliva. Um dos nomes por trás do avanço no setor é o empresário Roberto Argenta. Ele acredita que o cultivo de oliveiras representa uma porta de entrada para diversificar da produção agrícola do Estado. Saiba mais aqui: Calçadista que comanda 11 fábricas quer criar polo de azeite de oliva no RS
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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