Na série de entrevistas com pré-candidatos à Presidência da República em 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Considerando que o preço dos combustíveis é um dos principais assuntos econômicos do país no momento, a coluna perguntou sobre o assunto a Lula, que foi enfático ao dizer que, caso eleito, não manterá a atual política de preços da Petrobras: "Eu vou dizer alto e bom som para não ter meio entendimento: nós não manteremos essa política de paridade. Ponto pacífico." Confira trechos da entrevista:
Na época do seu governo, não se tinha clareza de quando ocorreriam os reajustes dos preços dos combustíveis. Agora, a política é da paridade internacional. A alta se deve, principalmente, ao petróleo e ao dólar. Como o senhor lidaria com isso? Mudaria a política de preços?
[A política de preços da Petrobras] não tem explicação. Não tem explicação nenhuma, a não ser pagar dividendo para os acionistas minoritários. Essa política de preço não é uma obrigação internacional.
O governo federal é o maior acionista...
É uma decisão da Petrobras. Eu, vira e mexe, vejo o Bolsonaro resmungar. Acontece que o Bolsonaro não governa o Brasil. Ele não entende de economia, não entende de política social, não entende de futebol, não entende de sindicato, não entende de partido político. (...) Ele não entende de preço da Petrobras. Eu vou dizer uma coisa para você: qualquer pessoa séria que ganhar as eleições neste país em 2022 não vai manter esta política de paridade de preço de petróleo. Não é razoável. Não é respeitoso com as mulheres e os homens deste país. Não é respeitoso com as pessoas que trabalham com caminhão, que tem carro.
Qual política que o senhor implementaria nos preços dos combustíveis?
A que eu já implementei uma vez. Eu fui oito anos presidente da República, a Dilma foi seis anos, e a gente tinha efetivamente uma política de preço compatível com a sobrevivência boa da Petrobras. Não existe esse argumento. Esse argumento é eminentemente daquele complexo de vira-lata de muita gente nesse país. (...) Uma coisa nós temos certeza: não vai ter essa política de aumento de gás, não vai ter política de aumento da gasolina e não vai ter política de distribuição de dividendo de forma alucinada como eles estão fazendo. Os acionistas merecem ganhar alguma coisa, mas quem tem que ganhar por conta da Petrobras é o povo brasileiro, que é o criador da Petrobras. É isso. Eu vou dizer alto e bom som para não ter meio entendimento: nós não manteremos essa política de paridade. Ponto pacífico.
Ouça a entrevista completa:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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