Pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, deu entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na série que contará, também, com os demais nomes da corrida para 2022. Considerando que o preço dos combustíveis é um dos principais assuntos econômicos do país no momento, a coluna questionou Doria sobre o que ele pensava da política de preços da Petrobras e se planejava privatizar a estatal. A posição dele é pela privatização da empresa, defendendo um processo de "split", quando há a divisão em várias companhias distintas. Confira:
Qual a sua opinião sobre a política de preços da Petrobras?
Nós estamos vivendo uma situação de inflação galopante, gasolina subiu 51%, o botijão de gás doméstico subiu 40%. Nós temos hoje um botijão de gás de 13 quilos vendido a R$ 100 no país. Em alguns lugares mais distantes, a R$ 130, R$ 140. É impossível para uma família de pessoas que não tem renda, ou que tem uma renda muito pequena, de R$ 400, R$ 500, pagar de R$ 100 a R$ 140 em um botijão de gás de cozinha. Assim como aqueles que têm o seu automóvel, ainda que um automóvel usado, portanto falando aí da chamada classe média, pagar R$ 7,19 em um litro de combustível.
O senhor tem intenção de privatizá-la?
A minha posição é de defesa da privatização da Petrobras, mas não para transformar um monopólio público em um monopólio privado. E sim fazer um split, uma expressão que se usa no jargão da economia internacional para, numa empresa privatizável como eu desejaria que a a Petrobras fosse - e assim será se eu tiver a oportunidade sendo eleito presidente da República -, que ela seja privatizada em várias partes. Ou seja, uma companhia da dimensão gigantesca que tem a Petrobras, que possa ser uma empresa em quatro ou cinco partes, para permitir a competição. É aquilo que já acontece nos Estados Unidos, onde lá você não tem esse problema, economia aberta, uma economia de mercado, você não ouve, nem lê, nenhuma manifestação que possa refletir um aumento acentuado de preços. E lá o combustível é do mesmo petróleo que é extraído na Arábia Saudita e não há essa expansão automática de preço, como tem ocorrido aqui no Brasil. Aliás, isso não depende nem sequer do governo Bolsonaro. Isso vem acontecendo nos últimos 30 anos no Brasil. Eu nada tenho contra a Petrobras. Aliás, a privatização da Petrobras não vai gerar desemprego nem dano aos seus funcionários valorosos da Petrobras. Ao contrário, vai permitir uma empregabilidade ainda maior e uma competição. Onde há competição a melhora na qualidade do emprego, e há melhora principalmente para o consumidor final, que passa a ter na competição a oportunidade de ter preços mais competitivos para o gás, para o combustível, seja ele a gasolina, o etanol e o diesel também.
Confira a entrevista completa:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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