Chegou ao Rio Grande do Sul uma plataforma que permite que empresas com estoque sobrando ou com tempo ocioso troquem produtos e serviços por outros, nas chamadas permutas. O XporY.com é um negócio que começou em Goiânia.
Funciona assim: um prestador de serviços que está com tempo livre na agenda pode oferecer seu serviço, então, na plataforma de permuta. Quando for adquirido, ao invés de dinheiro em real, o usuário receberá créditos, que poderão ser gastos dentro da plataforma contratando qualquer outro serviço ou comprando produtos.
— Criamos uma permuta flexível, com a não exposição do capital e a flexibilidade do dinheiro, que permite que você escolha onde quiser consumir — explica o fundador Rafael Barbosa.
Barbosa enfatiza que os créditos não funcionam como moeda, não valorizam, não têm especulação e não são possíveis de saque. O objetivo, diz ele, é apenas a circulação interna. A ideia não é que todos os produtos e tempos de serviço sejam disponibilizados na plataforma, mas, sim, aqueles que estão sobrando.
— Não queremos competir com os clientes que pagam em reais. Queremos dar um espaço para vender e trocar serviços que estão sobrando, ociosos. As pessoas têm dificuldade de medir, mas a ociosidade existe e é grande responsável pela quebra de empresas.
Aqui no Rio Grande do Sul, a plataforma será oficialmente apresentada nesta quinta-feira (18). Uma das parceiras aqui é a empresária Iva Cardinal, da Confraria do Batom. A ideia da plataforma e ter, no país, de 30 mil a 40 mil participantes em 2022. O site também é, desde 2020, a plataforma oficial de permutas do Sebrae, após ser aprovada em edital público e processo de avaliação. Foi uma iniciativa provocada pela pandemia.
Custos
Para participar, ver as ofertas e oferecer serviços e produtos, é gratuito. Mas, quando acontece uma permuta, a plataforma cobra, em reais, 10% do valor usado em créditos por quem contrata o serviço. Ou seja, se eu compro um serviço de jardinagem por mil créditos, eles serão descontados da minha carteira, e, além disso, terei que pagar R$ 100 para a XporY. Há, também, programas de gratificação para quem indicar novos empresários, que reduzem ou até zeram essa taxa.
Regulação
Quando o serviço nasceu no Brasil, ele foi inspirado em plataformas dos Estados Unidos, onde as permutas multilaterais já são comuns. Segundo Barbosa, agora que o modelo de negócio está começando a se consolidar em solo brasileiro, também começam a desenhar a regulação com os órgãos competentes.
— A regulação vem depois da inovação. Temos que mostrar que dá certo para que a regulação se justifique. O negócio já se provou e falta crescer. E agora os órgãos estão olhando - finaliza o fundador Rafael Barbosa.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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