A venda de veículos novos já registra o segundo mês de queda no Rio Grande do Sul. Em setembro, o recuo foi de 1,47% sobre agosto, quando já tinha registrado redução maior ainda. Os dados são do levantamento mensal do Sincodiv-RS, sindicato que representa as concessionárias. Sobre setembro de 2020, a queda supera 13%.
Isso acaba por provocar também o enfraquecimento da recuperação do ano. No primeiro semestre, as revendas chegaram a acumular alta de 20% sobre o ano passado. Agora, o crescimento está em 11,98% já.
Observando apenas setembro, houve queda forte na venda de comerciais leves e implementos rodoviários. No acumulado de 2021, o recuo aparece nos ônibus e nos automóveis de passeio, que, por sua vez, representam o maior volume de vendas no setor.
Presidente do sindicato, Paulo Siqueira aponta como motivo a falta de veículos novos devido à escassez de peças na indústria. Lembra, no entanto, que não é um fenômeno restrito ao Brasil. Porém, pondera que o Rio Grande do Sul caiu da terceira para a sétima posição no ranking nacional de vendas e aponta a carga tributária local como motivo.
A falta de insumos é um problema econômico geral, mas tem afetado com mais força a indústria automotiva. Em especial, a escassez de chips para veículos, que são mais complexos do que para outros produtos. Fábricas paralisaram produção por meses e ainda fazem suspensões periódicas. A situação eleva preços dos automóveis novos, que estão novamente entre as principais pressões de alta da inflação brasileira.
Isso provoca, também, aumento nos preços dos carros usados, o que deixa o seguro mais caro e aumentará o IPVA para 2022, pois ambos têm como base a Tabela Fipe. Há modelos com valorização de mais de 20% em um ano. Em um mercado normal, o automóvel perde entre 15% a 20% do seu valor após um ano de uso. O custo de manutenção está maior, e há escassez de peças também para conserto.
Nacionalmente, foi o pior setembro desde 2005 no comércio automotivo. Há veículos incompletos no estoque. Os resultados fizeram a Anfavea (associação das montadoras) revisar previsões e trabalhar com dois cenários para o fim do ano. E, para 2022, há o receio de que o período eleitoral provoque ainda mais oscilações no câmbio e as montadoras retraiam investimentos. Apesar disso, a expectativa para normalizar a produção mundial de chips tem ficado para 2022 entre empresários ouvidos pela coluna.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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