Uma palavra tem trazido calafrios para a indústria, principalmente a automotiva: semicondutores. Mais até do que a crise energética, atualmente. O problema começou no ano passado, quando fábricas pararam no início da pandemia. Na sequência, a demanda voltou aquecida, enfrentando o descompasso de procura e produção. O que agravou a situação foi um incêndio em uma fábrica de chips no Japão, que importante fornecedora mundial.
Os semicondutores são usados nos carros, conectando diversas funções eletrônicas. Mas também são peças de equipamentos que vão de geladeiras a smartphones, que tiveram uma elevação forte de venda na pandemia.
Os chips dos carros são mais complexos e estão escassos. Fábricas param a produção periodicamente por falta da peça. Os prejuízos estimados chegam a superar US$ 200 bilhões com milhões de carros que deixaram de ser fabricados. Aqui no Rio Grande do Sul, a General Motors (GM) ficou cinco meses parada e está retomando a produção aos poucos, com o segundo turno voltando agora em outubro. Ontem, a Volkswagen anunciou sua sexta parada em 2021. Na sexta-feira, foi a vez da Fiat. Toyota e Hyundai também já fizeram suspensões.
Algumas montadoras estão retirando funcionalidades dos veículos para fabricar com menos semicondutores. As peças também estão sendo direcionadas para carros mais caros, como os utilitários esportivos.
As previsões apontam para uma normalização em 2022, quando fábricas novas das peças ficarão prontas. A projeção é a mesma do CEO da Marcopolo, James Bellini, ao bilionário Elon Musk. O BTG chegou até a criar agora um fundo de investimentos atrelado a semicondutores.
Enquanto isso, faltam carros novos para pronta entrega. A espera já é de meses. Com isso, superaqueceu a demanda por seminovos e usados. Os preços de ambos estão em escalada, com impactos já sentidos até mesmo na inflação oficial do país. Lembrando que a alta da tabela Fipe também tem seus reflexos em cascata, que vão do seguro até o IPVA, que ficará maior acompanhando os preços dos veículos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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