A jornalista Francine Silva colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço.
Em meio ao impacto das mortes causadas pela covid-19, os gaúchos contrataram mais seguros de vida desde o início da pandemia. E não só para deixar uma herança financeira para os que ficam, mas também na modalidade de gozar do benefício em vida, em caso de sequelas de doenças. Em entrevista à coluna, a presidente da Comissão de Produtos de Risco da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Ana Flávia Ribeiro, destaca o aumento na procura por proteção financeira no Rio Grande do Sul:
– A pandemia nos mostrou a nossa finitude. Desde 2017, o seguro de vida (que está dentro do guarda-chuva das coberturas do seguro de pessoas) já estava em ascensão. Mas, com a pandemia, que nos fez viver algo que nunca experimentamos, essa busca foi intensificada – observa Ana.
O setor de seguros contabiliza R$ 3,8 bilhões em indenizações pagas entre abril de 2020 e julho de 2021 por mortes provocadas pela covid-19 no país. Foram mais de 86 mil sinistros decorrentes da doença. Deste total, 62 mil acertos foram feitos apenas neste ano, somando R$ 2,8 bilhões.
– E um detalhe importante é que, aqui no país, os contratos em vigor não garantiam o pagamento do seguro em decorrência de pandemia. Era uma cláusula excludente. Mas, logo no início da pandemia, as seguradoras decidiram garantir a indenização mesmo em morte decorrente da covid-19 – ressalta.
De janeiro a junho deste ano, o Rio Grande do Sul alcançou a terceira posição no país na contratação de seguro de pessoas, com cerca de R$ 1,86 bilhão em prêmios, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Deste total, R$ 445 milhões foram pagos em indenizações. Além do seguro de pessoas, a previdência privada também apresentou crescimento nos últimos meses.
De acordo com a Fenaprevi, nos primeiros seis meses de 2021, os mercados de previdência privada aberta e de seguro de pessoas seguiram crescendo. Se somados, apresentam resultado de R$ 90 bilhões em receitas. Destrinchado, o valor se refere a R$ 65,6 bilhões em contribuições nos planos de previdência aberta, com alta de 26,6% em relação ao ano anterior; e R$ 24,4 bilhões em prêmios garantidos pelos ramos de seguros de pessoas – 16,3% maior do que o mesmo período de 2020.
Apesar da curva ascendente, o setor sentiu impactos causados pela pandemia, como o aumento dos resgates de previdência privada que, no semestre, chegaram a R$ 49,2 bilhões – 22,2% acima do registrado em 2020.
Falando em previdência privada, o Rio Grande do Sul está em 4º lugar em participação nacional e, segundo a Fenaprevi, acumulou R$ 4,7 bilhões em aportes no 1º semestre de 2021, à frente de Santa Catarina (R$ 3.9 bi) e Paraná (R$ 3.7 bi) na região Sul.
Números do setor de seguros no RS
Prêmios Seguro de Vida
2018
R$ 2.212.138.358
2019
R$ 2.546.257.149
2020
R$ 2.869.992.362
2021*
R$ 1.030.776.908
Prêmio Seguro de Pessoas
2018
R$ 3.320.135.687
2019
R$ 3.786.493.486
2020
R$ 4.006.934.950
2021*
R$ 2.115.088.242
Aportes Previdência Privada Aberta
2018
R$ 888.804.717
2019
R$ 885.096.744
2020
R$ 952.244.165
2021*
R$ 376.602.818
Fonte: Superintendência de Seguros Privados
*Dados do primeiro semestre de 2021
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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