A semana já seria tensa na economia com as decisões dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil na quarta-feira (22) sobre os juros. Mas o que está derrubando as bolsas nesta segunda (20) é o medo do calote de uma gigante chinesa. Segunda maior incorporadora daquele país, a Evergrande tem dívidas de US$ 313 bilhões e emprega 200 mil pessoas. Ela se alavancou demais para financiar suas atividades e, agora, enfrenta problemas de caixa. Nas últimas semanas, cresceu o temor pelas demonstrações financeiras da companhia, que admitiu o risco de não honrar compromissos.
Hoje, o minério de ferro desaba cerca de 9%. Ele é a principal matéria-prima do aço, que, por sua vez, é essencial na construção. Junto à desaceleração do crescimento da China, o caso Evergrande provoca esta movimento neste início de semana.
A empresa tem capital aberto na bolsa de Hong Kong, que fechou em queda de 3,3% hoje, após se identificar que credores da companhia já estavam fazendo provisões para um eventual calote. Só a ação do China Evergrande Group desvalorizou 10,24%, puxando índice do setor imobiliário. Em setembro, a queda acumulada superior a 4%.
Com o mercado sensível, o Ibovespa futuro abriu em queda de 2% e o dólar subindo mais de 1%. No final da manhã, a bolsa de valores de São Paulo acentuou o recuo para quase -2,5%.
As ações da estatal brasileira Vale estão sentindo bastante a queda do minério nas últimas semanas. O recuo na cotação da commodity pode até dar um alívio para o preço do aço (vide deflação na prévia do IGP-M divulgada hoje), mas ocorre por algo que pode trazer prejuízos por outros lados.
A Evergrande
Fundada nos anos 1990, a Evergrande cresceu de forma exponencial durante o boom imobiliário chinês, em parte graças ao acúmulo de uma dívida alta. A situação se agravou pelas restrições impostas por Pequim para desalavancar o setor que, por exemplo, proíbem a venda de propriedades antes da conclusão das obras, prática na qual se baseava o negócio da Evergrande.
Apesar da crise, o governo chinês ainda não atuou para evitar o colapso. Os analistas consideram que, embora as autoridades procurem conter a tomada excessiva de riscos, eles provavelmente trabalharão para evitar que o problema se torne incontrolável. A China é a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.