Enquanto a Selic sobe, a Caixa Econômica Federal reduziu o juro da modalidade de financiamento imobiliário vinculada à poupança. Para o comprador, é importante ficar atento porque isso apenas compensa parte da elevação do rendimento da caderneta, que sobe exatamente por acompanhar a Selic em alta para controlar a inflação. Não quer dizer que o crédito ficará mais barato, mas, sim, subirá menos.
Ainda assim, o banco estatal é destaque entre os juros mais baixos de financiamento imobiliário e também se diferencia por não ter aumentado as taxas das demais modalidades. Outras instituições financeiras já estão fazendo reajustes há alguns meses devido à alta da Selic, o que tem impactado as construtoras, principalmente aquelas especializadas em habitação popular, que possuem menos margem nos negócios.
O juro baixo do ano passado conseguiu fazer a prestação caber no bolso do comprador apesar da disparada nos preços dos insumos. Na bolsa de valores, grandes incorporadoras, como Melnick Even, Cyrela, MRV e Eztec, estão com quedas nas ações porque os investidores projetam reflexo negativo nos negócios por conta do cenário de Selic, que deixa o crédito imobiliário mais caro.
Nesta semana, tem reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). A Selic está em 5,25% ao ano e deve ser elevada em um ponto percentual ou mais, devido às recentes divulgações de inflação.
Mas, independentemente da alta do juro, os preços dos imóveis residenciais à venda já vinham subindo. Segundo a pesquisa FipeZap, a alta já ocorre há onze meses consecutivos, desde que o setor passou a receber estímulos após o baque inicial da pandemia e que os insumos começaram a subir com força. Em especial, o aço. Apesar de um arrefecimento, os preços seguem altos, pressionando repasses ao consumidor.
E, em terceiro lugar para fechar, tem o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele incide sobre empréstimos e, portanto, também deixa o financiamento imobiliário mais caro. Grande parte da aquisição de imóveis no país ocorre por meio de crédito.
O cenário acaba por elevar a inadimplência de uma linha de crédito que, tradicionalmente, as famílias evitam atrasar com medo de perder a moradia. Segundo dados do Banco Central, a taxa de não pagamento nos contratos que usam recursos do FGTS, voltados para moradia popular, subiu de 1,69% em dezembro para 2,27% em março.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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