O mercado financeiro já não abriu bem nesta quarta-feira (8) após os ataques do presidente Jair Bolsonaro aos demais poderes ontem. Especialmente, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas passou a cair ainda mais após o discurso forte do presidente da corte, Luiz Fux, dizendo que desprezar decisão judicial é crime de responsabilidade. Índice com as ações mais negociadas na bolsa de valores de São Paulo, o Ibovespa chegou a despencar mais de 3% se aproximando dos 114 mil pontos. O dólar sobe mais de 2%, chegando a ser vendido a R$ 5,30.
Por óbvio, caem as ações das estatais Eletrobrás, Vale e Petrobras. São as que sofrem primeiro por crises no país. Mas varejistas também estão com as maiores quedas, como Via, Lojas Americanas e Pão de Açúcar. A inflação - que também tem influência indireta da crise política no país - tem prejudicado o poder de compra do brasileiro.
Quem vai investir em um país com esse clima? Empresas brasileiras que exportam estão deixando seus dólares lá fora. Os investidores estrangeiros também se afastam de ativos brasileiros, seja do mercado financeiro ou mesmo da construção de uma fábrica por aqui. O receio desvaloriza mais ainda o real em relação ao dólar mesmo com a elevação da taxa de juro pelo Banco Central.
Há insegurança econômica, fiscal, jurídica e também sobre o andamento de assuntos importantes no Congresso. Entre eles, as pesadas reformas administrativa e do Imposto de Renda. Mas há ainda discussões relevantes para a economia, que vão da desoneração da folha de pagamento de setores intensivos de mão-de-obra até o marco legal da geração distribuída de energia em plena crise hídrica. Tudo isso enquanto se tenta vencer uma pandemia e nas vésperas de um ano de eleição.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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