A jornalista Francine Silva colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço.
Se em meados do ano passado a venda de erva-mate registrava crescimento de 20% no Estado, o cenário mudou completamente na metade de 2021. De acordo com o Sindicato da Indústria do Mate do Rio Grande do Sul (Sindimate-RS), o consumo do produto está em queda, impactado pela diminuição do poder de compra do consumidor.
Conforme o presidente da entidade, Álvaro Pompermayer, o aumento da inflação e a perda salarial está fazendo com que o consumidor priorize produtos essenciais.
— As vendas da indústria estão muito ruins. No ponto de venda também está parado. Isso é reflexo da falta de dinheiro. O consumidor está tendo que optar pelo básico e deixando a erva-mate um pouco de lado — avalia.
De acordo com Pompermayer, a redução varia de 20% até 40%.
— O mercado interno está terrível. Além disso, os supermercados estão muito resistentes, não deixando que a indústria repasse o aumento nos custos da produção — observa.
No início da pandemia, a orientação sanitária de não compartilhamento do chimarrão resultou no aumento do consumo de erva-mate. Em junho de 2020, as vendas do produto registraram elevação de 20%. Mas outro fenômeno também foi registrado: a troca por cuias menores, que exigem menos produto.
A empresária Maristela Boldarin, 51 anos, é dona de uma loja de artigos gaúchos e viu crescer em 100% as vendas de cuias de um ano para o outro.
— Por questão de saúde, as pessoas deixaram de lado aquelas cuias grandes, com bastante erva e compartilhadas com toda a família. Agora, a preferência é por cuias cada vez menores, individuais, para pouca erva — conta.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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