A Justiça autorizou a recuperação judicial da Planalto Transportes, tradicional transportadora gaúcha de passageiros fundada em 1948. O pedido foi ajuizado no final de julho pelo grupo do qual a empresa faz parte. O endividamento estimado é de quase R$ 200 milhões. Deste montante, R$ 50 milhões são dívidas internas entre as empresas do grupo. Do restante, a maior parte é formada por débitos com bancos.
A partir de agora, a Planalto tem 60 dias para apresentar o plano de reestruturação, que precisa ser votado pelos credores. A coluna conversou nesta quinta-feira (12) com o advogado da empresa no processo, João Pedro Scalzilli, sócio do escritório Scalzilli Advogados & Associados. Segundo ele, a ideia é que a continuidade da operação seja garantida com os mecanismos de proteção da recuperação judicial. Ela, por exemplo, suspende cobranças e o corte no fornecimento de insumos básicos, como energia elétrica.
- A ideia é ter fôlego para esperar a crise terminar. Vemos uma normalização no número de passageiros em seis meses, observando o que acontece com o setor aéreo - acrescenta Scalzilli.
Além de empregar 725 pessoas, a Planalto não planeja se desfazer de ativos. O plano é alongar dívidas para que sejam pagas com a operação. A empresa mantém todos os veículos e as 98 linhas intermunicipais, interestaduais e internacionais funcionando. Ela precisa mesmo é conseguir retomar a ocupação de cada ônibus para garantir a viabilidade do negócio. O segmento de transporte de passageiros sofreu muito com a crise e ainda não conseguiu engatar uma retomada. Em alguns locais do país, ele deixou de circular por determinados períodos da pandemia.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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