Foi adiada novamente a retomada da produção de veículos no complexo da General Motors (GM) em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. Inicialmente prevista para junho, ela ficou para julho, passando depois para 3 de agosto e a nova data prevista é 16 de agosto. Além disso, a volta deve ocorrer inicialmente apenas para o primeiro turno de produção. Ainda não há definições sobre o segundo e o terceiro turnos. O motivo é a falta de peças.
A informação foi confirmada à coluna pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari. Segundo ele, a medida inclui as sistemistas, que são as fornecedoras instaladas no complexo. Com isso, atinge 5 mil trabalhadores. A produção na GM está parada desde março, quando a empresa decidiu suspendê-la, inicialmente, por três meses. O terceiro turno de trabalho em Gravataí, no entanto, segue interrompido desde o início da pandemia, em março de 2020. Um dos impactos foi a queda nas vendas do Ônix, veículo produzido na unidade gaúcha.
A pandemia segue afetando a cadeia de suprimentos. A falta de peças tem sido o motivo apontado para a paralisação na fábrica desde março. Em especial, de semicondutores. O problema não é exclusivo da unidade gaúcha nem da operação brasileira. Mas, na semana passada, a General Motors (GM) divulgou as medidas que adotará para aumentar as entregas a concessionárias e clientes nos Estados Unidos e Canadá diante da crescente demanda. A expectativa, diz a GM, é que o cronograma mais acelerado de produção e o volume incremental surtam efeito em 2022.
"Como resultado dos esforços contínuos da GM para priorizar o uso de semicondutores, de soluções de engenharia que maximizam a utilização de chips e da antecipação de algumas entregas de semicondutores previstas para o segundo trimestre, a empresa agora espera que os resultados financeiros do primeiro semestre sejam significativamente melhores do que a previsão para o período informada anteriormente. A GM está otimista em relação ao ano de 2021 e espera compartilhar informações adicionais na teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre, em 4 de agosto", comentou a companhia no comunicado divulgado na ocasião.
- A escassez global de semicondutores continua complexa e muito fluida, mas a velocidade, agilidade e comprometimento de nossa equipe, incluindo nossos revendedores, nos ajudaram a encontrar maneiras criativas de satisfazer os clientes - explicou o vice-presidente de Produção e Relações do Trabalho para a América do Norte, Phil Kienle.
A GM informou também que a produção em algumas fábricas na América do Norte, Ásia e América do Sul continuará sendo afetada pela escassez global de semicondutores em junho e julho. À medida que o fornecimento global do item se recuperar, a empresa pretende implementar ações semelhantes em outros mercados para aumentar a produção e as entregas a concessionários no segundo semestre do ano. A GM também vem buscando "soluções de longo prazo" para o fornecimento de semicondutores, que afeta todo o setor automotivo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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