A "revenda" da usina térmica de Uruguaiana surpreendeu o mercado, especialmente o gaúcho. Ela foi comprada pela Âmbar, do Grupo J&F, apenas 10 meses após ter sido vendida pela norte-americana AES à argentina Saesa Energía. Mas a grande dúvida é se haverá gás natural para que o empreendimento gere energia. Uma fonte ligada ao negócio garantiu à coluna que sim e enfatizou a informação de que uma equipe já está no local para que a produção comece o mais breve possível. O momento é propício, já que o país vive uma crise de abastecimento com o pior nível de chuva em 91 anos que esvaziou os reservatórios das hidrelétricas.
O fato de a Âmbar também ser comercializadora de gás natural pode ajudar na empreitada. Isso dá "expertise" à companhia, entendem fontes do mercado. A termelétrica foi inaugurada em 2000, mas, para funcionar, a AES enfrentava a dificuldade de fornecimento de gás vindo da Argentina. Desde 2009, foi retomada a geração de energia apenas em quatro momentos, de forma emergencial e temporária. A última vez foi em fevereiro agora pela Saesa, mas a produção não engatou. A retomada da geração pela CTU agora agregaria 640 megawatts (MW) de capacidade à matriz elétrica brasileira. E, com isso, o potencial de geração da Âmbar atinge 1,16 gigawatt (GW).
A informação sobre a venda da Central Térmica Uruguaiana (CTU) foi antecipada pela coluna à tarde passada. O contrato foi assinado na terça-feira (15) e os funcionários foram comunicados nessa quarta (16). Após a notícia, o governador Eduardo Leite ligou para o CEO da J&F Investimentos, Aguinaldo Ramos, para colocar o Estado à disposição para ajudar na retomada da produção na usina.
Conforme a coluna apurou, o objetivo da Âmbar agora é colocar a usina para produzir. A equipe da compradora chegou em Uruguaiana ainda na terça (15), disse uma fonte da região. Mas por que a Saesa revendeu a térmica após tão pouco tempo? A percepção no mercado é que ela não tinha o conhecimento e a estrutura necessários para o desafio que é operar a unidade.
Atualmente, a Âmbar opera em todo o ciclo energético, da geração à comercialização. A empresa possui a Usina Termelétrica de Cuiabá, 645 quilômetros de gasodutos, duas linhas de transmissão, uma comercializadora de energia e gás natural e uma empresa de gestão e eficiência energética. O valor pago pela usina de Uruguaiana não foi revelado.
A Âmbar é uma empresa da J&F Investimentos. O grupo empresarial tem no portfólio nada menos do que JBS, PicPay, Banco Original, Eldorado Brasil Celulose, Flora Cosméticos e Limpeza e Canal Rural.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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