Há novidades sobre o estudo de viabilidade de uma rota de transporte de alta velocidade pelo sistema hyperloop entre Porto Alegre e a serra gaúcha. Uma delas é a definição de estações, que seriam os locais onde as enormes cápsulas flutuantes parariam para entrada e saída de passageiros. Serão quatro pontos, que ficariam em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Gramado e Caxias do Sul.
Noticiado pela coluna ainda em janeiro, o estudo já permitiu definir que o trajeto seria de 133 quilômetros. E o tempo mínimo para percorrê-lo é estimado em 17 minutos, um pouco acima dos 15 minutos previstos inicialmente. Incluir Gramado entre as estações aumentou - bem pouco - o tempo em dois minutos. A duração da viagem, no entanto, pode chegar a 45 minutos, dependendo da rota que o passageiro escolher, caso queira passar por outros lugares.
O repórter de GZH Cid Martins conversou com o diretor-presidente da Hyperloop TT na América Latina, Ricardo Penzin, para reportagem da Rádio Gaúcha. Ele disse que ainda está sendo calculado o investimento necessário para tirar o projeto do papel e não fala em prazos. Mas garante que não serão usados subsídios de governos e que os veículos serão autossustentáveis, movidos a energia solar. Em tempo, o executivo enfatiza que não é um trem:
- Não é trem. É hyperloop, transporte por cápsula. Um avião sem asas.
Outra parte importante para identificar a viabilidade do empreendimento é uma pesquisa de projeção de demanda pelo transporte que está sendo realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Todos os gaúchos são convidados a participar. Para isso, é preciso escanear com o celular o QR Code (veja a imagem acima e ao lado) e responder às perguntas, que incluem questionamentos sobre como o passageiro iria até a estação.
A ideia é que cada cápsula tenha capacidade para 50 pessoas. No Rio Grande do Sul, não haverá partes subterrâneas. Serão quatro túneis sobre a superfície por onde as cápsulas são impulsionadas no vácuo. Ou seja, elas levitam. Por não ter atrito, a velocidade pode chegar a 1.223 km/h. O valor das passagens estimado parte de R$ 16, mas pode chegar a R$ 230 dependendo do trajeto.
Um curiosidade: os veículos não terão janelas. Serão colocadas telas com inteligência artificial, que vão projetar o que o usuário quiser, desde a paisagem da rua até lojas virtuais para fazer compras.
- Nosso objetivo final é que as pessoas tenham um transporte rápido e barato para todos, sustentável e com satisfação do usuário - conclui Penzin.
Há pelo menos dois anos, a HyperloopTT tem negociações com governos no Brasil para implantação do sistema, conduzidas pelo CEO Dirk Ahlborn. No Rio Grande do Sul, ele faz parte do Techfuturo, programa do governo gaúcho para apoiar a transferência de tecnologias. A empesa chegou a anunciar um centro de tecnologia em Minas Gerais, mas que acabou não sendo desenvolvido. Outra ideia é ter uma linha que ligue Rio de Janeiro a São Paulo com viagens de duração de 25 minutos, mas a rota gaúcha sairia antes do papel.
A multinacional Hyperloop TT desenvolve a tecnologia desde 2013, quando o bilionário Elon Musk divulgou um documento com o conceito e provocando empresas a entrarem na ideia. O primeiro teste de viabilidade tecnológica, ainda sem tripulantes, aconteceu em 2014 na unidade da empresa em Toulouse, França. Outra empresa, a Virgin Hyperloop, testou com passageiros em novembro de 2020. Estados Unidos e Europa estão estudando já regulamentações para o hyperloop. Os Emirados Árabes devem ter o Hyperloop em 2023, conectando Abu Dhabi a Dubai em uma viagem de 10 minutos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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Confira na íntegra as reportagens em áudio de Cid Martins: