Da fatia da reforma tributária que o governo federal entregará ao Congresso nesta sexta-feira (25), surge uma esperança de pagar menos Imposto de Renda. Quem não chega a prender a respiração quando olha o desconto mensal no contracheque e, em muitos casos, ainda paga depois mais um tanto no ajuste anual com o leão? Com a falta de correção das tabelas pela inflação desde 2016, muita gente passou a pagar o IR e outros tantos passaram a receber uma mordida ainda maior na renda.
O que circula de informação é que o limite de isenção passará de R$ 1.903 para R$ 2,5 mil. O presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Rio Grande do Sul (Sescon-RS), Celio Levandovski, lembra, no entanto, que a defasagem é de 113%. Ou seja, o valor deveria passar para R$ 4.022. Mas é melhor aumentar menos do que deveria do que não aumentar, no final das contas.
Mas a expectativa não para por aí. Espera-se que também sejam - bem - ajustadas as demais faixas, que têm alíquotas de 7,5% a 27,5% e também estão com valores defasados. Como o valor não aumenta, muitas pessoas vêm passando para faixas com imposto mais elevado com uma simples reposição salarial pela inflação.
Para fechar, ainda pode ocorrer mudança nas deduções. No caso da educação, há um limite de R$ 3.561, que é baixíssimo para os gastos atuais que uma família tem com educação. Já para saúde, chegou a se falar em colocar um limite, já que hoje podem ser deduzidos todos os gastos na base de cálculo do Imposto de Renda.
- Eles dizem ser um privilégio a saúde e educação privadas. Mas a população está aliviando o governo que poderia oferecer os serviços de qualidade - comenta Levandovski.
O presidente do Sescon-RS pondera também que, em geral, não tem almoço grátis. Celio Levandovski alerta que a proposta do governo federal deve trazer uma tributação maior para empresas, o que viria em um momento em que elas ainda estão com dificuldades na crise provocada pela pandemia.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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