Deve ocorrer somente em 3 de agosto a retomada da produção no complexo automotivo da General Motors (GM) em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. Ao menos, essa é a previsão do momento e trata-se de um novo adiamento. Ainda nesta semana, a montadora havia enviado um comunicado aos funcionários de que o retorno ocorreria em 19 de julho. No texto, ela informava que a pandemia segue impactando a cadeia de suprimentos. A ideia inicial era voltar em junho, normalizando a fabricação de veículos no mês seguinte.
A informação foi confirmada à coluna pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari. Segundo ele tem dito, o problema enfrentado de falta de peças não é exclusivo da GM. Diversas empresas estão aderindo à suspensão de contrato de trabalhadores.
A medida inclui todo o complexo da GM em Gravataí. Além da fábrica de veículos, o local tem as sistemistas, que são as fornecedoras da montadora. Estima-se que as empresas, juntas, empreguem 5 mil trabalhadores.
A produção na GM está parada desde março, quando a empresa decidiu suspendê-la por três meses. A decisão foi tomada em outras fábricas da Chevrolet no mundo. Executivos da companhia apontaram na ocasião a falta de insumos, principalmente de semicondutores.
O terceiro turno de trabalho em Gravataí, no entanto, segue interrompido desde o início da pandemia, em março de 2020. Um dos impactos foi a queda nas vendas do Ônix, veículo produzido na unidade gaúcha e que passou a perder posições no ranking nacional de vendas.
O tombo de março na indústria do RS
Depois de ter levado um bom número de meses para voltar ao patamar pré-pandemia, a indústria gaúcha teve uma queda tão forte em março, que fez com que o indicador retrocedesse significativamente. Sobre fevereiro, o recuo foi de 7,3%, segundo o monitoramento do IBGE. Com isso, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) calcula que a produção industrial gaúcha voltou a ficar abaixo de fevereiro de 2020, mês anterior à pandemia ter sido declarada. O patamar tinha sido recuperado somente em novembro do ano passado.
"O Rio Grande do Sul voltou a ficar 1,3% abaixo de fev/20, mas devido à intensidade das perdas de fev-mar/21, pois até janeiro superava o pré-pandemia em 8,7%.", acrescenta o Iedi.
Além do Sul, o Iedi viu retrocessos também nas indústrias do nordeste do país. Em parte, o instituto vê impacto da interrupção do auxílio emergencial, que foi retomado em abril. Em março, boa parte do mês foi marcada por novas restrições ao comércio. No entanto, sabe-se que se agrava a falta de insumos, o que provoca um aumento forte de preços.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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