Depois de uma sequência de seis aumentos, a Petrobras vai reduzir o preço da gasolina nas refinarias. O corte 5% será o primeiro do ano. A diminuição de R$ 0,142 passará a valer neste sábado (20). Não haverá diminuição no preço do diesel desta vez. O preço médio de venda da gasolina passará a R$ 2,69, enquanto o do diesel ficará em R$ 2,86.
O último aumento da gasolina tinha sido aplicado pela estatal há 10 dias. Desde então, o dólar perdeu força, com as intervenções do Banco Central por meio de leilão, mas, principalmente, pela elevação de 0,75 ponto percentual na taxa de juro Selic para 2,75% ao ano. A sinalização de nova alta do juro acaba por atrair capital estrangeiro ao país, aumentando a oferta de dólares e permitindo a valorização do real. O petróleo também caiu. Só nessa quinta-feira (18), a cotação internacional recuou 7%.
Segundo o economista da Quantitas Asset, João Fernandes, o preço da gasolina nas refinarias brasileiras estava 2,5% acima do mercado internacional. Com o corte de 5% de hoje, ele fica cerca de 2,5% abaixo do Exterior.
Com a redução, a gasolina passa a acumular alta de 46,19% desde o início do ano. Ou seja, ainda é uma elevação bastante forte. Já o diesel subiu 41,6% em 2021. Químico industrial que monitora o mercado, Marcelo Gauto vê espaço para redução também no preço do diesel em breve.
Chega na bomba?
A Petrobras define preços nas refinarias, inclusive na Refap, em Canoas. Depois, distribuidoras e postos de combustíveis podem negociar a decidir valores, sem tabelamento. Então, ainda há outras variáveis até a bomba, onde está o impacto dos preços para os consumidores.
Lembra que, no início desta semana, houve um aumento do preço de pauta, usado para calcular o ICMS a ser recolhido. Cada litro da gasolina passou a pagar 10 centavos a mais de tributo. Para que ele reduza, o preço na bomba precisa cair, já que a Receita Estadual faz uma média de valor para o Estado a partir das cobranças dos dias anteriores. O valor de pauta é ajustado a cada 15 dias.
Mudança na Petrobras
A assembleia para definir sobre a troca no comando da Petrobras está marcada para 12 de abril, quando acionistas avaliarão os nomes indicados. Inclusive, a indicação do general Joaquim Luna e Silva para substituir o presidente da estatal Roberto Castello Branco, criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro. Castello Branco prometeu seguir o preço internacional até sair do cargo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.