A pandemia não acabou, os indicadores de saúde preocupam e ainda não há prazo para imunizar a população gaúcha. Mesmo que a economia, nos seus dados gerais, tenha mostrado mais resiliência do que o previsto inicialmente, a perspectiva ainda preocupa muito o varejo, tirando segmentos que estão com comportamentos de exceção, como supermercados e materiais de construção.
No caso de Porto Alegre, a reabertura começou no início de agosto, foi se ampliando com o passar dos meses, mas ainda estava com restrições de horários. Após as eleições, a covid-19 avançou e foram suspensas as liberações pela prefeitura de Porto Alegre. O governo gaúcho também suspendeu a cogestão dos municípios, colocou novas regras para bandeira vermelha e a Capital lançou novo decreto municipal se adequando. Enquanto isso, entidades empresariais lançaram uma campanha de conscientização da população com o mote "Porto Alegre precisa de você, agora", como combinado com o prefeito Nelson Marchezan Junior para conter a retomada de restrições. Nessa quinta-feira (3), empresários tiveram já uma reunião com o prefeito eleito Sebastião Melo. Falaram sobre o impacto da pandemia nos negócios e ouviram sobre a estratégia, o que inclui a criação do comitê prometido por Melo ainda na campanha. Um encontro deve ocorrer já na próxima semana.
Com esse cenário ainda incerto, o Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA) foi ouvir comerciantes da Capital para projetar qual seria o impacto de novas restrições. Chama a atenção, mas não surpreende, que 69% ainda não se recuperaram das restrições. E preocupa que seis em cada 10 empresários não tomariam crédito para manter seu negócio, parte porque tem reserva financeira, mas outra parte certamente cogita fechar a empresa. Veja abaixo algumas das perguntas antecipadas à coluna do estudo que está sendo finalizado pelo Núcleo de Pesquisas do Sindilojas POA:
Quais impactos no seu negócio caso novas restrições ocorram?
Queda de faturamento 99%
Demissão de funcionários 33%
Atraso nas contas 29%
Desistência na contratação de temporários 19%
Atraso no pagamento da folha de funcionários 15%
Atraso/renegociação de aluguel do ponto 15%
Necessidade de realização de empréstimos 12%
Fechamento de filiais 9%
Fechamento da loja 7%
Você conseguiu se recuperar da crise após a reabertura do comércio?
Não 69%
Sim 31%
Você possui capital de giro para manter seu negócio no caso de restrições mais severas?
Sim 52%
Não 25%
Não sei 23%
Por quanto tempo você acredita que possui capital de giro para manter seu negócio ativo?
Até 1 mês 28,8%
1-2 meses 38,5%
3-4 meses 17,3%
5-6 meses 1,9%
6 - 12 meses 5,8%
Mais de um ano 7,7%
Você contrataria um empréstimo bancário ou linha de crédito para manter o negócio ativo durantes as restrições?
Não 60%
Sim, linha de crédito 27%
Sim, empréstimo bancário 13%
Se houver restrições ao ponto físico, o seu negócio está preparado para atender por outros canais?
Sim 86%
Não 14%
Por quais canais?
WhatsApp 94,2%
Facebook 57%
Telefone 55,8%
Instagram 54,7%
Site da loja 53,5%
App da loja 7%
Você está acompanhando as decisões tomadas em outros países?
Sim 88%
Não 12%
Você acha que pode existir estratégia melhor?
Não 60,2%
Sim 39,8%
Qual a melhor estratégia contra o coronavírus? (Mais citadas)
Vacina 32,4%
Proibir festas 20,6%
Fechar praças, locais de lazer e bares 20,6%
Você enfrenta resistência dos clientes para seguirem protocolos sanitários?
Não 78%
Sim 22%
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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