Rede de hotéis com quase 28 anos de mercado, a Swan Hotéis está com novidades para o Rio Grande do Sul. Além de transformar um hotel que tem em Porto Alegre, lançará em 2021 um novo empreendimento em Canela, na serra gaúcha. Para saber sobre os projetos do grupo e como a rede lidou com a pandemia, o programa Acerto de Contas conversou com a nova CEO da Swan, Gabriela Schwan. Confira:
Como a rede lidou com o impacto da pandemia?
O Swan tem hotéis em Portugal, na Europa, onde a pandemia chegou primeiro, e isso nos trouxe vantagens na tomada de decisões. Logo, iniciamos o procedimento para ficarmos abertos e isso nos deu uma vantagem econômica. Fizemos um protocolo próprio de segurança e de saúde antes de saírem os do governo.
Qual a estrutura da rede hoje?
Nós temos cinco hotéis no Rio Grande do Sul, que ficam em Caxias do Sul, Rio Grande, Porto Alegre e Novo Hamburgo. Em Portugal, nós temos quatro unidades, uma em Lisboa e três em Sintra.
Veja o vídeo com a entrevista:
E temos novidades em uma unidade aqui de Porto Alegre e um novo hotel na Serra, isso?
Exatamente. Essas novidades já estavam planejadas antes da pandemia. No empreendimento de Porto Alegre, o período favoreceu a renovação porque facilitou o fechamento (temporário) da unidade da Rua 24 de Outubro. Será um projeto inovador. Dois andares serão transformados em coliving, com apartamentos para as pessoas morarem com ambientes compartilhados, como cozinha e sala de TV. Ele terá ainda um andar de escritórios, com coworking (compartilhado) e espaços privados.
Há muitos espaços compartilhados, o que tem sido questionado na pandemia. Mas para vocês fazerem esse investimento, olham lá para frente, não?
Sim, contamos com isso para o momento em que a vacina estiver no mercado e as pessoas sentirem-se seguras. Quando fazemos um investimento a longo prazo, olhamos para um horizonte de, pelo menos, 10 anos. Acreditamos que, em 2021, essa pandemia estará solucionada. Esse produto não está sendo feito pensando em pandemia, mas, sim, na tendência de consumo para os próximos anos.
O outro empreendimento na Serra é um hotel novo?
Sim. Estamos trazendo para Canela um hotel-butique. Vamos abrir em 2021, já está em construção, na fase do telhado, e iniciamos os acabamentos. Ele vai se chamar "Jangal das Araucárias". Jângal significa uma mata espessa, e tem uma nos fundos do hotel, apesar de ser no centro de Canela. Ele é todo virado para os fundos, para essa mata, onde teremos ambientes de convivência para as pessoas curtirem a natureza.
E vocês pensam em atender com ele tanto turismo de negócio como lazer?
Sim. Demanda, a gente não nega, né? Mas, com certeza, ele vai ser mais voltado ao destino de lazer.
E qual o investimento?
Então, não temos esse número porque estamos sendo surpreendidos com os aumentos das matérias-primas. Idealizamos um orçamento, mas acho que vamos ultrapassá-lo de forma considerável, porque estamos sentindo falta de reposição de insumos, muitos fornecedores estão sem.
A ideia é começar a operar ano que vem. Quantos empregos vai gerar?
Estimamos que, com a abertura de Canela e do Molinos, vamos gerar em torno de 60 empregos diretos.
Tiveram que fechar em definitivo algum empreendimento durante a pandemia?
Não, em definitivo não. Só fechamos o Molinos, da 24 de Outubro, que vai se transformar no Generation, por um posicionamento estratégico. Mas os outros, não fechamos. Inclusive, o de Caxias do Sul, onde houve um decreto obrigatório, mas nós ganhamos uma autorização para funcionar porque atendemos a parte médica.
Inclusive, vocês tiveram uma iniciativa aqui para receber esses profissionais nos empreendimentos, né?
Sim. E lançamos logo no início da pandemia uma campanha de máscaras. Entregamos 20 mil itens feitos pelos nossos funcionários e familiares. Começamos a fazer esse trabalho para motivar os funcionários que estavam em casa, porque logo afastamos grupos de risco, e houve um engajamento muito lindo.
Todos os locais onde tem algo vinculado à natureza e ambientes mais arejados estão sendo a prioridade do turismo de lazer
GABRIELA SCHWAN
CEO da Rede Swan Hotéis
O setor do turismo envolve uma cadeia econômica enorme. Qual a perspectiva de um curto e médio prazo para o turismo de lazer e negócios no Rio Grande do Sul?
O turismo de lazer já começou a tomar um caminho de retomada. Temos um câmbio do euro e dólar altíssimo e não temos solução para o vírus e vacina. Então, todo turismo regional, em torno de 300 e 500 quilômetros, vai se fortificar muito. Nos próximos anos, inclusive.
Ele entra dentro do que se chama de turismo de proximidade?
Acho que entra. Não precisa pegar avião, e os locais têm vínculo com a natureza e ambientes mais arejados. O turismo de negócio é um pouco mais complicado, porque a pandemia não só trouxe o medo do vírus, mas limitou toda capacidade aérea. Há baixa disponibilidade de voos, estão lotados e as passagens aéreas estão caras. Para o turismo de negócios, acredito em retomada quando a vacina começar a ser aplicada.
Ouça a conversa também no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha). Além da entrevista com Gabriela Schwan, o programa ouviu o CEO global da Taurus, Salesio Nuhs, e o coordenador de pesquisa de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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