Substituir o efeito do ovo de galinha nos alimentos industrializados por um produto originado do grão-de-bico é o trabalho da Faba, uma startup gaúcha criada em 2020 e incubada no TecnoSinos, em São Leopoldo. O que chamou a atenção da coluna é que a empresa participa de programas de aceleração e disputas com startups de áreas como tecnologia da informação.
- Nascemos neste ano oficialmente como empresa, mas a pesquisa já existe há alguns anos. Temos muito trabalho para chegar nesse ingrediente com aplicação industrial - comentou o sócio e engenheiro Rodrigo Kayser Schwertner, em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
O ingrediente em si é o H2Faba. Ele é capaz de substituir o ovo no processo de emulsão, ou seja, de "dar liga", e para geração de espuma, como em bolos. Para exemplificar o uso do H2Faba, a startup criou um molho muito parecido com o sabor da maionese, mas que é 100% feito de vegetais. O produto foi chamado de MayOh.
- Nesse ano, em função da pandemia, buscamos uma "reinvenção dentro da invenção". Foi uma estratégia para mostrar ao mercado que o nosso ingrediente funciona. Aí, nasceu a MayOh - conta Schwerner.
A maionese surgiu em julho e tem três sabores: original, erva verde e chipotle. Toda a sua produção é feita com produtos vegetais, sem nenhum ingrediente artificial. Atualmente, está à venda na região metropolitana de Porto Alegre, serra gaúcha e também tem clientes em Santa Catarina.
Para 2021, o objetivo da empresa é de agregar ainda mais valor ao grão-de-bico. Para isso, planeja lançar outros produtos.
- Queremos deixar de vender o grão in natura. Agregar valor ao produto também faz chegar a economia lá na ponta, no agricultor.
Outro objetivo da Faba para 2021 é conseguir vender o H2Faba como produto:
- É um desafio maior, porque é um produto que não existe quem faz no Brasil ou parques produtivos que permitam o processamento do alimento - comenta o sócio.
Participação em programas de aceleração
Entendendo que precisavam evoluir no ponto de vista da gestão e do entendimento do modelo de negócio, a Faba aproveitou 2020 para participar de programas de aceleração. Fechou dezembro fazendo parte de dois: o BRDE Labs e o InovAtiva Brasil.
- No BRDE Labs, fomos a única startup de alimentos. É um processo interessante, porque a gente lida com um negócio tradicional, que é manufatura, fabricação de um alimento, mas ao mesmo tempo, estamos lidando com uma das áreas que mais investe em tecnologia, que é a de alimentos. Ficamos muito felizes porque ambos os programas que participamos foram muito bem conduzidos e houve a sensibilidade de atenção conosco, com cuidado, zelo e orientação - conclui.
Agora, a Faba está em um terceiro projeto de aceleração, focado em alimentos. É o Green House, ligado ao instituto Open Food. O programa tem quatro meses de duração com workshops, mentorias e conexões.
Ouça a entrevista para o programa Acerto de Contas (domingo, às 6h, na Rádio Gaúcha):
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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