Enquanto ativos de mais risco sobem neste início de semana com confirmação da vitória do democrata Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, o dólar cai e a tendência é de baixa. Na sexta-feira (6), já havia tocado as mínimas desde agosto e abriu nesta segunda (9) caindo mais de 2%, com cotação comercial próxima de R$ 5,25. A desvalorização da moeda norte-americana é mais forte nas cotações em países emergentes.
Além do resultado para presidente, ter se mantido uma força republicana no Congresso norte-americano gera essa percepção positiva de futuro no mercado financeiro. Até porque um dos temores da "onda azul" dos democratas era de elevação de impostos para empresas, o que tende a ser barrado ou suavizado na Câmara e no Senado. Fica ainda o otimismo com um pacote de estímulo à economia dos Estados Unidos de US$ 3 milhões, cifra citada pelo próprio Biden. Caso se confirme, injeta dólares na economia e, junto com o plano de combate ao coronavírus, ajuda na recuperação da maior economia do mundo.
A tendência de queda do dólar foi reforçada em mensagem à coluna de Rafael Rigotto, da Messem Investimentos, ainda no final de semana. Esse recuo que já começou na semana passada também é um ajuste, considerando que o real está entre as moedas que mais se desvalorizou no ano.
- Biden também é visto como alguém que evitará o conflito. Isso traz mais coragem ao investidor para comprar ações sem precisar fazer hegde tanto em ouro ou dólar - se referindo à proteção de investimentos se refugiando em ativos tradicionalmente de menor risco.
Mas e para continuar a valorização do dólar? Para seguir trazendo recursos para cá, o investidor está de olho nas contas públicas do Brasil.
- O governo precisa fazer o dever de casa, cumprindo o teto de gastos e fazendo andar reformas estruturais - diz Rigotto.
Ele projeta dólar a R$ 5,20 em dezembro e a R$ 5 em 2021, mas alertando que depende de vários fatores para que essa cotação se confirme. No relatório Focus, do Banco Central, a maioria dos analistas ouvidos aponta R$ 5,45 para 2020 e R$ 5,20 para fechamento de 2021.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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