Pouco mais de um mês após terem comprado por R$ 85 mil um avião da Viação Aérea Rio-Grandense (Varig), os ex-funcionários têm, agora, novos desafios. Para começar, eles precisam transportar a aeronave para o local onde será reformada. Com uma estrutura enorme, o valor para isso é alto e, então, eles deram início a uma vaquinha online. Com 21 propostas, já foram arrecadados R$ 4.150 em alguns dias. A meta é juntar R$ 200 mil em dois meses.
Algumas empresas já procuraram o grupo para conversar sobre destinos para o avião. Mas o sonho dos ex-funcionários é que o Boeing fique exposto em um museu da Varig a ser construído com o nome projeto VARIGVIVE:
- Nascida em 1927, a companhia aérea pioneira brilhou pelos quatro cantos do mundo honrando a bandeira brasileira, motivo de orgulho de todos. Devemos perpetuar o nome e a história da Varig, admirada e respeitada no Brasil e no mundo, para que futuras gerações se espelhem nestes grandes empreendedores brasileiros e façam nosso país ser grande - diz Rubem Oscar Bürgel, um dos ex-funcionários.
A sucata é de um Boeing 727 que estava sendo usado para transporte de carga quando deixou de ser usado. O modelo tem três motores e foi o terceiro a ser operado no Brasil a partir da década de 70. Bürgel coordenou o grupo de compradores. Ele foi tripulante da aeronave como engenheiro de voo. Para organizar a empreitada, contou com o apoio de José Aguzzolli, ex-comissário da Varig. Juntos, reuniram cerca de cem variguianos e mais 20 apaixonados, conta.
O avião foi vendido pelo Boulevard Laçador, shopping localizado ao lado do aeroporto Salgado Filho, na zona norte da Capital. A sucata do avião foi comprada pela empresa em 2012 em um leilão judicial. O empreendimento, inclusive, tem outro avião da Varig, que está reformado e exposto para os visitantes observarem.
A aeronave
A aeronave leiloada voou com passageiros até agosto de 1989, quando foi convertida para cargueiro. Em julho de 1999, sofreu danos quando ocorreu uma explosão durante manutenção no hangar 4 da área industrial da Varig, no Salgado Filho. O avião foi recuperado e continuou voando para a companhia até novembro de 2000, quando foi transferido para a VarigLog. Na subsidiária de cargas, voou até dezembro de 2006, quando foi estocado no pátio da área de manutenção da companhia.
Apesar do tempo parado, o modelo conserva alguns dos instrumentos e painéis. O avião já não conta com os motores, sendo que apenas a carenagem do esquerdo e o de cauda estão presentes. Do lado de dentro, o trijato não tem poltronas, já que era utilizado no transporte de cargas. No cockpit, faltam instrumentos na cabine. As imagens disponibilizadas pelo leiloeiro mostram os assentos para até três tripulantes. Em outra foto, é possível identificar a caixa-preta — de cor laranja — que guardava os dados de voo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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