Praticamente três em cada 10 brasileiros disseram ter feito algum investimento em 2019. A pergunta é feita assim, de forma simples e ampla, na pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O conceito de investimento é entendido de diversas formas pela população, e isso aparece nas respostas quando as pessoas são questionadas sobre qual investimento fizeram. Tirando que 72% não investem, veja onde os demais disseram ter colocado o dinheiro:

Consumo de bens duráveis e imóveis, como carros, motos e casa própria: 12%
Aplicações financeiras: 10%
Abertura de um negócio próprio: 5%
Educação própria ou dos filhos: 1%
Fontes: Anbima

Em uma análise ampla, investimento é aquilo que se faz para obter algum retorno. Pelo olhar financeiro, o objetivo de investir é ter algum lucro. Por esse viés, comprar um imóvel ou um carro não são investimento na maior parte das vezes, salvo quando forem para gerar renda, como aluguel ou para trabalhar com o veículo. Aliás, podem ser até o contrário, uma forte fontes de despesas. 

Há problema de comprar carro? Não. O problema está em considerá-lo investimento. Isso afasta a consciência sobre os gastos que ele gera e cria uma falsa sensação de que a pessoa está construindo um bom patrimônio. 

Quando se olha as finanças das empresas, gastos assim não entram em investimento. Aparecem nos custos e em patrimônio imobilizado, o que também requer atenção tanto em empresas quanto no orçamento familiar. 

Já sobre o gasto com educação, a coluna tende a considerar investimento. O importante é que a formação seja bem escolhida, gerando um retorno futuro.     

Aproveitando, vamos falar sobre títulos de capitalização? Eles também estão mais para loteria do que investiento. Leia aqui: Onde eu não coloco meu dinheiro

Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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