Como lidar com um impeachment e lembrar que a mudança no horário de shoppings no decreto municipal precisa discriminar a praça de alimentação? Ou que não adianta chamar a imobiliária para negociar aluguel porque o dono é quem decide, na hora em que um empresário solta uma reclamação dos valores na reunião semanal? E ainda, agendar reuniões periódicas com as escolas para ouvir e debater mesmo sem a menor perspectiva de retorno às aulas.
É mais ou menos assim que deve estar a cabeça do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior. Mas aí dizem que ele tem uma equipe pensando nisso. Tem, mas ela também está preocupada com o que ocorre na Câmara de Vereadores e toda a pressão política que obviamente enfrenta. Fora que estão criando e alterando em dias legislações que mexem com a economia de uma cidade toda e que, em condições normais, levariam meses ou anos para serem decididas e colocadas no papel.
Estamos enfrentando uma pandemia, com crise na saúde e na economia. Precisava de mais uma crise agora? Meus colegas colunistas de política acompanham muito mais profundamente do que eu, que leio seus textos, ouço seus comentários e sigo pensando que não era o momento. Percebam que nem entro nas motivações, porque opino apenas sobre o acredito que ter cacife para tal. Pois a minha opinião é que a economia está sendo prejudicada.
Para atender uma parcela importantíssima de leitores que querem saber se abrem suas lojas, se vão trabalhar na semana seguinte ou onde poderão comprar no final de semana, envio perguntas periódicas para o celular o prefeito sobre novas liberações de atividades econômicas. Mesmo sabendo que ele estaria, talvez, finalizando sua defesa no processo de impeachment, que vai continuar. A economia é mais importante para os cidadãos de Porto Alegre, claro. Mas, mesmo que o prefeito pense o mesmo e tente agir assim, a questão política toma agenda de reuniões, de ligações, atenção, energia e até horas de sono, que poderiam estar direcionadas para o que - como dizem - importa para a sociedade. E, aliás, os vereadores também não deveriam estar direcionando seus esforços também para a necessidade imediata da saúde e da economia?
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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