Oficialmente, a taxa de desemprego divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atingiu o patamar de 13,3%, ou seja, 12,8 milhões de brasileiros no último levantamento do instituto. Porém, conforme alerta o economista João Fernandes, da Quantitas Asset, é preciso ter atenção a esse número, uma vez que a taxa considera apenas as pessoas que estão buscando trabalho. Se considerado o número total de desempregados, o índice poderia subir a até 23,6%.
- Duas categorias de pessoas são usadas na conta dessa taxa. As pessoas ocupadas, que são pessoas que têm um emprego ou trabalham por conta própria, e os desocupados, pessoas que estão sem ocupação mas que estão, efetivamente, procurando emprego - disse o economista em entrevista o programa Acerto de Contas (domingo, às 6h, na Rádio Gaúcha).
Acontece que, por conta da pandemia, nem todas as pessoas que querem trabalhar estão procurando emprego. Muitas desistiram e os próprios levantamentos do IBGE mostram isso. O instituto calcula sempre diversos indicadores, mesmo que seja a taxa de desemprego que ganhe mais atenção. O IBGE, por exemplo, sempre informa os subutilizados, que gostariam de estar trabalhando mais e os desalentados, que desistiram de buscar trabalho, e o instituto tem salientado que esse número está batendo recorde.
- Elas estão tendo muita dificuldade até de contatar empresas para procurar emprego. Então, a maior parte dessas pessoas que perderam o emprego não está efetivamente procurando um trabalho. Elas estão esperando as coisas reabrirem - continua Fernandes.
Porém, enquanto essa busca não começa, explica João Fernandes, o IBGE não considera essa categoria como desempregada e nem desocupada para o cálculo da taxa em si. Elas são classificadas como pessoas que estão fora da força de trabalho, também conhecida como População Economicamente Ativa (PEA). E, por isso, não aparecem na conta da taxa de desemprego.
- O aumento no número de desocupados é muito menor do que a queda no número de ocupados. Então, quando se faz a conta da taxa de desemprego, não está considerando essas cerca de 10 milhões de pessoas que perderam o emprego e saíram da PEA.
Confira a entrevista completa para o programa Acerto de Contas (domingo, às 6h, na Rádio Gaúcha):
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da colunista
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GaúchaZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.