A rede de varejo gaúcha Quero-Quero fez sua estreia na bolsa de valores de São Paulo, a B3. Ainda na sexta-feira (7), foi realizada oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), movimentando R$ 2,2 bilhões. E as ações começaram a ser negociadas no pregão desta segunda (10).
No IPO, a ação foi vendida a R$ 12,65, no centro da faixa indicada de preços. A oferta secundária movimentou R$ 1,95 bilhão e o fundo internacional de investimentos Advent deixou o controle da empresa, assumido em 2008. Aliás, o controle da empresa agora ficou pulverizado, com a Quero-Quero tornando-se uma corporação:
- A Quero-Quero entrar na bolsa como uma corporação, 95% das ações pulverizadas, mostra como o mercado de ações brasileiro está em um momento de forte migração de recursos de investidores para renda variável. Companhia captou recursos para expansão de atividades, notadamente para abertura de lojas no interior de São Paulo, e precisará entregar crescimento e rentabilidade nos próximos anos. É ótimo para o Rio Grande do Sul ter mais uma empresa de capital aberto - diz o analista de mercado Wagner Salaverry, sócio da gestora de fundos Quantitas Asset, de Porto Alegre.
Na oferta primária, foram R$ 280 milhões e o dinheiro irá para o caixa da empresa, que pretende usá-lo para abrir e reformar lojas, investir em centros de distribuição e até mesmo para capital de giro.
Nesta segunda, a ação da Quero-Quero abriu a R$ 13,20. O leilão durou uma hora e movimentou mais de R$ 140 milhões, com alta de 4,3%. Depois, desacelerou e o papel estava negociado a R$ 12,70 no final da manhã.
Abertura do capital
O IPO da Quero-Quero era estudado há, no mínimo, dois anos, quando o pedido para abertura inicial de capital, chamada de IPO (Initial Public Offering), foi protocolado na Comissão de Valores Mobilários (CVM) em fevereiro deste ano. Como é chamada a apresentação a investidores, o roadshow já estava sendo realizado quando o coronavírus contaminou os mercados globais, atingindo também a bolsa brasileira. Com a pandemia, os planos foram suspensos temporariamente.
Retomada, a oferta de ações contou com os bancos BTG Pactual, Bank of America, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Como trabalha com material de construção e como financeira, a Quero-Quero sofre menos com as medidas de fechamento de atividades econômicas. Ambas as atividades entram como essenciais. Além disso, várias empresas estão retomando planos de buscar recursos no mercado de capitais, que tem recuperado em boa parte o preço das ações.
Expansão física
A Quero-Quero já tem mais de 350 lojas e projeta chegar a 600, também está construindo centros de distribuição para sustentar a ampliação dos pontos de venda. A empresa tem sede em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, e era, até o IPO, controlada pelo fundo de investimentos Advent, que também comprou a operação brasileira do Walmart transformando a holding em Grupo BIG.
Relembre Live de GaúchaZH feita com o CEO da companhia, Peter Furukawa, ainda em abril:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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