Rede com mais de 350 lojas, a Quero-Quero seguirá abrindo unidades mesmo na pandemia, manterá os cerca de 6 mil funcionários e está lançando uma campanha que já levantou R$ 1,2 milhão para comprar 20 mil cestas básicas. Essas são algumas das informações dadas pelo CEO da empresa, Peter Furukawa em Live de GaúchaZH nessa quinta-feira (23).
A menina dos olhos do momento do executivo é a ação que foi batizada de Desafio do Bem. Diretores da Quero-Quero tiraram do próprio bolso uma quantia em dinheiro que recebeu ainda o aporte de parte dos funcionários que quis também fazer uma doação, somando R$ 600 mil. Conforme o combinado, o mesmo valor foi doado pelos acionistas do Fundo Advent, organização global que é dona da Quero-Quero, que é gaúcha e tem sede em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre.
- Ter empatia é importante. Sentir o que o outro está sentindo. Mas nesta tragédia, precisamos é de compaixão. E a nossa ideia é chegar a 30 mil cestas básicas - disse Furukawa na transmissão.
A campanha agora será lançada para o público externo e entra no ar ainda nesta semana. A ideia é que todos, incluindo clientes, possam doar usando os canais da Quero-Quero, como site, aplicativos e as próprias lojas, já que muitas estão retomando as atividades conforme as restrições são flexibilizadas nos 280 municípios onde ficam.
- Lá na frente, nossos filhos vão lembrar dessa pandemia e vão nos perguntar o que fizemos. Do mesmo jeito que olhamos para nossos pais e temos orgulho deles, essa é a oportunidade de nossos filhos ficarem orgulhosos de nós - comenta.
Canais de doação:
Site Desafio do Bem
AppVerdeCard
Lojas físicas
A pessoa escolhe para qual cidade está doando a cesta.
Como ficaram os planos
Na transmissão ao vivo, a coluna aproveitou para perguntar como estão os planos da empresa, que pretendia abrir 70 lojas em 2020 e, dessas, mais de 50 já estavam contratadas. A boa notícia é que o CEO da Quero-Quero contou que fez alguns ajustes, mas a expansão continua. Serão abertas 10 lojas nos próximos dias, mesmo na pandemia. Algumas que estavam programadas para este ano, no entanto, ficarão para o início de 2021.
Segundo ele, o volume de venda está sendo quase todo recuperado nas lojas. O principal produto sendo vendido agora é material de construção. Medidas de prevenção estão sendo adotadas, como atender, simultaneamente, apenas 20 pessoas. No cenário do planejamento da companhia, ainda há incertezas:
- Nós não sabemos como que vai acontecer com abertura total. Não sabemos se essa abertura vai ser pior ou melhor. Pode ser que seja pior e tenha que fechar tudo novamente. Então, você que é empresário: não relaxe no seu caixa. Não sabemos o que vai ser daqui pra frente. Segure o caixa.
A maioria das novas lojas ficará em Santa Catarina e no Paraná, para onde a rede direciona a expansão. As tradicionais festas de abertura foram substituídas, por enquanto, por inaugurações mais discretas, dentro das boas práticas de prevenção contra o coronavírus.
Seis mil empregos
Ainda na transmissão ao vivo feita por GaúchaZH, o CEO da Quero-Quero, Peter Furukawa, informou que não reduzirá o quadro de funcionários, ou seja, demissões não estão no radar. Atualmente, a empresa tem cerca de 6 mil trabalhadores.
No entanto, o executivo afirmou que a empresa deve aderir às medidas do governo federal de redução de jornada de trabalho ou suspensão de contrato. Porém, além dos valores pagos pelo governo, irá complementar o restante necessário do salário para que a renda do funcionário fique igual.
- Isso vai custas milhões à empresa, mas nós temos um time diferenciado. Nossas pessoas são diferentes. O nível de entrega é diferente.
Negociações com fornecedores
A empresa estava com um alto estoque antes de começar a pandemia, o suficiente para continuar com a operação. Agora, começa a receber novos produtos. O principal foco da Quero-Quero neste momento é pagar fornecedores pequenos.
- Temos grandes fornecedores com quem negociamos e pedimos para parcelar ou postegar o pagamento. Com o pequeno, não. A prioridade é garantir que a operação continue com as pessoas tendo o básico para sobreviver.
Abertura de capital
A empresa tem um forte plano de expansão, querendo aumentar das cerca de 350 para 600 lojas, está construindo centros de distribuição e planeja o IPO, que é a abertura de capital para ter ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo, a B3. O processo estava em andamento e agora ganhou um prazo maior para ser realizado. Afinal, a pandemia deu sinais da sua gravidade para o mundo exatamente pela turbulência que provocou no mercado financeiro derrubando bolsas mundiais.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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