A coluna falou recentemente da Weg, quando a empresa catarinense fechou o semestre da pandemia com uma valorização de 47% nas ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo, a B3. E volta a tratar da companhia porque o resultado do segundo trimestre, divulgado nesta quarta-feira (22), novamente surpreende positivamente o mercado. O lucro líquido subiu 32% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando R$ 514,4 milhões.
A explicação dada no comunicado é que a demanda por equipamentos de ciclo longo da Weg e o impacto positivo da variação cambial compensaram as dificuldades impostas pelo coronavírus. A empresa registrou avanço de 24% na receita líquida, para R$ 4,06 bilhões. O lucro antes e juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 36%, para R$ 732,2 milhões, com margem 1,7 ponto percentual superior, de 18%. Houve racionalização de custos e de despesas, em conjunto com a melhora da margem nas operações, segundo a companhia.
Atualmente, o valor de mercado da Weg atinge R$ 125 bilhões. Ele é obtido pela multiplicação do preço pela quantidade de ações negociadas. Ou seja, é em quanto os investidores avaliam a companhia. Para se ter uma ideia, ao maior valor de mercado de empresa com sede no Rio Grande do Sul é da Lojas Renner, que está em R$ 33 bilhões.
- A Weg é um fenômeno. As ações dela são negociadas como empresa de tecnologia - comenta o analista da Quantitas Asset, Wagner Salaverry.
Sozinha, a companhia vale em mercado 25% a mais do que todas as empresas listadas do Rio Grande do Sul, incluindo Gerdau e Grendene, cujos negócios já não estão mais sediados aqui.
- A Weg é um case no mercado, uma multinacional brasileira reconhecida internacionalmente pela sua capacidade técnica, inovação, e que tem demonstrado ser possível crescer continuamente em mercados competitivos e de grande potencial. É o Brasil que dá certo, listada na bolsa a um valor de mercado que só se compara a empresas de tecnologia dos países desenvolvidos - complementa Salaverry.
A Weg, que tem sede em Jaraguá do Sul (SC), foi fundada em 1961 e atua principalmente no setor de bens de capital. É uma das maiores fabricantes mundiais de equipamentos eletroeletrônicos. Suas principais linhas de produtos são: motores, energia, transmissão, distribuição, automação e tintas. Com operações industriais em 12 países, atende todos os segmentos da indústria, incluindo petróleo e gás, mineração, infraestrutura, siderurgia, papel e celulose. Com mais de 30 mil funcionários, a empresa faturou R$ 13,3 bilhões em 2019.
A boa notícia para o mercado gaúcho é que, apesar da sede no Estado vizinho, a Weg tem atuação forte no Rio Grande do Sul. Seja com unidades, seja com parceiras com empresas gaúchas. A coluna mesmo já noticiou negócios da companhia, como a compra da Geremia Redutores, de Bento Gonçalves, pela WEG-Cestari, controlada do Grupo Weg. E ainda quando ela fechou uma parceria com a gaúcha FuelTech, especializada em injeção eletrônica de veículos, para converter motores de combustão em motores elétricos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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