Um dos mais conhecidos do Vale do Taquari, o Weiand Hotel será fechado em definitivo no final de julho. A decisão está sendo informada ao mercado e foi confirmada para a coluna nesta terça-feira (21). O hotel tem 66 apartamentos. Praticamente 60% da receita vinha de eventos, setor que foi bastante impactado pela pandemia.
Mas o coronavírus acelerou uma decisão que já vinha sendo encaminhada. O empreendimento estava em liquidação por uma discussão judicial entre os sócios, mantendo-se aberto por decisão da Justiça. A liquidante é o escritório Weisheimer e Piccinini Advogados. Procurado, o representante no processo, Evandro Weisheimer, informou que, pela situação da economia neste momento, uma nova decisão judicial determinou o fechamento.
Com a queda da receita, a própria manutenção da atividade do hotel ficou comprometida. No início do ano, o Weiand estava com 30 funcionários, mas foi reduzindo a equipe desde então. Agora, está com 12 trabalhadores.
Atualização: A coluna foi procurada por uma das sócias do Weiand, Maria Aparecida Rotta Wagner, que informou ainda haver a intenção de reabrir o hotel no futuro, quando a discussão judicial sobre a partilha do patrimônio for encerrada e definida. Reforçou que a decisão judicial de fechamento busca preservar as condições financeiras do empreendimento, confirmando o impacto da pandemia na receita do negócio.
Setor hoteleiro
Desde o início da pandemia, o Rio Grande do Sul já contabilizou o fechamento de 56 hotéis ou pousadas. O balanço foi atualizado para a coluna pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Sul (ABIH RS). O diretor-executivo da entidade, José Justo, acredita que esse número poderá chegar a cem até o final do ano.
- Mas temos muitos interessados em comprar os hotéis aqui. Grupos de fora do Estado e até mesmo do país. Alguns já finalizando as aquisições, inclusive. É muito triste o que está acontecendo, mas achávamos que seria até pior.
Um dos mais icônicos hotéis da serra gaúcha, o Laje de Pedra encerrou operações oficialmente em maio, após 42 anos de funcionamento. Tinha 60 funcionários, que foram demitidos e o enxoval foi doado.
No total, o Rio Grande do Sul tem pouco mais de 1,7 mil estabelecimentos de hospedagem. No entanto, 80% deles são empresas familiares, como pequenas pousadas, o que preocupa o diretor José Justo. Ainda conforme a associação, o setor hoteleiro gerava até a crise 14 mil empregos diretos no Estado e outros 54 mil indiretos na cadeia econômica que é movimentada.
- O setor irá encolher em 30% nessa crise - finaliza o diretor da ABIH RS.
Sobre o impacto no setor hoteleiro no mundo todo, a coluna fez uma entrevista exclusiva com o CEO do Grupo Accor na América do Sul, Patrick Mendes. A empresa francesa é dona de bandeiras como Ibis e Novotel, e está transformando alguns quartos em escritórios individuais. Leia e ouça aqui a entrevista completa: "Foi brutal, mas o pior passou", diz CEO que comanda 400 hotéis na América do Sul
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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