A Azul anunciou que voltará a operar seus voos diretos entre Porto Alegre e Rio de Janeiro a partir do dia 15 de junho. Serão quatro voos semanais, aos domingos e nas segundas, quartas e sextas. A última vez que este voo havia sido operado foi em 22 de março. Atualmente, por conta da pandemia do coronavírus, a Azul só opera voos diretos na Capital com destino ou partida da cidade de Campinas. Além de Porto Alegre, a companhia aérea vai adicionar novos voos diretos em outras quatro cidades do país em junho. A Gol também anunciou novos voos para o mês.
A coluna simulou uma compra de passagem para o dia da reabertura da operação, 15, saindo de Porto Alegre, e voltando para a Capital na sexta-feira, dia 19. O valor da passagem ficou em R$ 457,30. Entre as medidas de higiene que a empresa adotou, está o uso obrigatório de máscaras nos voos e em solo, a aferição da temperatura de tripulantes e kits com luvas, álcool em gel e lenço umedecido.
Recentemente, uma Live do BTG Pactual reuniu os CEOs das grandes companhias aéreas. Está aí um setor que sentirá por bastante tempo os efeitos mais intensos da crise provocada pela pandemia. A transmissão começou, inclusive, com a frase: "o setor aéreo não teve duas semanas, teve algumas horas para se preparar". Entre as colocações dos executivos que tentam controlar um caos, chamou a atenção exatamente a fala do CEO da Azul, John Rodgerson, que mostrou a necessidade de adaptação rápida e intensa:
- Todo mundo está trancado em casa comprando pelo Mercado Livre e pela Magalu (Magazine Luiza). Então, a empresa tem que se adaptar. Convertemos nossos aviões para carga e está salvando. O Brasil é grande e o pacote tem que chegar - diz CEO da Azul, John Rodgerson.
Ele entende que o mercado ficará menor por algum tempo e que as pessoas precisam de segurança. Difícil é projetar a duração dessa situação:
- Ninguém sabe o que irá acontecer na semana que vem, o que dirá em dois ou três anos - diz Rodgerson.
Ele também pede flexibilidade na concessão de empréstimos para as companhias aéreas, citando o BNDES. Reforçou a necessidade de as empresas se unirem para salvar o setor:
- Agora, não tem concorrência porque não tem demanda. Não tem Azul contra Gol. É todo mundo pela indústria aérea. Temos que reduzir custos no Brasil, atacando impostos, preço do combustível, do leasing, temos a atenção de Brasília agora. É o momento que temos de nos unir, proteger a indústria e voltar a crescer. Com o dólar a R$ 5,50, tem que atacar custo - diz CEO da Azul, John Rodgerson.
E finaliza:
- Serão 18 meses, dois anos difíceis. Mas terá uma retomada.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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