Aos poucos, os indicadores começam a sair com o impacto da pandemia na economia. O relatório regional do Banco Central tentou trazer já alguns sinais do que está por vir. A covid-19 pegou o Estado já no vermelho, pois o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCRRS) fechou o trimestre encerrado em fevereiro com um recuo de 0,9%. Só que a pandemia foi declarada só em meados de março, fazendo com que restrições da atividade econômica fosse adotadas somente na segunda metade do mês.
"Para os próximos meses, a atividade da economia gaúcha deverá recuar, em decorrência dos impactos da pandemia de COVID-19, conforme já evidenciam indicadores de frequência diária e maior tempestividade.", diz a análise do Banco Central sobre o Rio Grande do Sul.
Como indicadores mais recentes, a autoridade monetária cita o licenciamento de automóveis e comerciais leves, que caiu 13,6% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao último de 2019. Considerando apenas março, já deflagrada a crise do coronavírus, os resultados foram ainda piores: queda de 39,1%.
Outra medição do Banco Central é das vendas com cartão de débito, que caíram 24,8% no Rio Grande do Sul nas duas primeiras semanas de abril, comparadas ao mesmo período de março. Houve forte recuo no comércio de vestuário e calçados, e nos serviços de alojamento e alimentação. Isso que o resultado foi suavizado pela alta de 27,5% em supermercados e hipermercados. Em relação a operações de crédito, caiu para pessoas jurídicas, mas aumentou a tomada por empresas.
E o Banco Central não esqueceu da estiagem, que assola a economia gaúcha. Junto com a pandemia, a seca faz com que 2020 seja um ano mais do que desafiador. O relatório traz o dado de que a produção gaúcha de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2020 somou 28,2 milhões de toneladas, retração de 18,4% ante a obtida no ano anterior.
"A forte estiagem que atingiu grande parte do estado desde dezembro resultou em perda estimada de 6,4 milhões de toneladas. Destaque para a queda nas colheitas de soja (27,7%) e milho (19,3%). Para a produção de arroz, realizada em sistema de irrigação, estima-se expansão de 4,4% (70% do total nacional). Dentre as demais lavouras, ressalte-se a redução na produção de fumo (41,7% da nacional), também afetada pelo clima, e o aumento na de uva.", diz trecho do documento que trata do agronegócio no Rio Grande do Sul.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Siga Giane Guerra no Facebook
Leia mais notícias da colunista